O mal luta contra o mal


Por Sérgio Lopes, jornalista e professor

11/09/2018 às 07h00

No dia 11 de setembro de 2001, o século XXI estremeceu, o mundo assistiu estupefato ao maior atentado terrorista de todos os tempos, nos Estados Unidos. No fim do verão norte-americano, na manhã do dia 11 de setembro, terroristas islâmicos sequestraram um avião e desviaram sua rota em direção ao “World Trade Center” (um dos prédios mais altos do mundo).

No primeiro momento, todos acreditavam que se tratava de um terrível acidente aéreo, mas não de um ataque planejado. Depois de aproximadamente 20 minutos, outro avião chocou-se contra a segunda torre do WTC, e não havia dúvidas de que o centro do capitalismo mundial estava sendo vítima de atentados terroristas.

Posteriormente, na cidade de Washington D.C., uma terceira aeronave sequestrada foi jogada contra o Pentágono (central de inteligência norte-americana). O acontecimento gerou grande repercussão, que foi além da morte de milhares de pessoas… As bolsas de valores do mundo entraram em crise; o então presidente George W. Bush fez aprovar o “USA Patriot Act”, que concedeu ao governo a prerrogativa de, numa democracia, poder invadir lares, espionar cidadãos, interrogar suspeitos de espionagem ou terrorismo (inclusive empregando tortura) sem lhes dar direito à defesa ou a julgamento.

Os Estados Unidos, aliados com as principais potências mundiais, promoveram a chamada Guerra ao Terror contra o eixo do mal, que levou à invasão ao Iraque e ao Afeganistão. Já passados 17 anos desde o 11 de setembro de 2011, o Estado Islâmico veio a se tornar a essencial evocação do terrorismo.

No Canadá, principalmente nos EUA, em Israel e em diversos países da Europa, o sentimento de ódio ou de repúdio em relação aos muçulmanos e ao Islamismo em geral cresceu. O planeta vive em uma complexa rede de reações e contrarreações. As hostilidades contra muçulmanos no Ocidente cresceram assustadoramente, agravadas pela crise migratória. Alguns populistas de direita do continente europeu se beneficiam da islamofobia. Espanha, França, Reino Unido, Bélgica, Turquia, Rússia já foram alvos da ira dos terroristas.

Enfim, talvez a justificativa para os ataques esteja associada ao fato de algumas nações europeias serem ícones da filosofia ocidental e terem como bandeiras os valores sociais, a democracia, o igualitarismo, a liberdade – princípios que os terroristas fundamentalmente desprezam e que eles acreditam que estão sendo impostos ao mundo islâmico.

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