Polícia Civil vai fazer acareações em caso de ossada

Delegado ainda aguarda laudo para comprovar se restos mortais eram de Rodrigo Santiago Sebastião, desaparecido há mais de 4 anos


Por Sandra Zanella

08/08/2018 às 16h11

A Polícia Civil vai realizar acareações no inquérito que investiga o possível assassinato de Rodrigo Santiago Sebastião, desaparecido desde 3 de abril de 2014, quando tinha 22 anos. Na última terça-feira (7), duas testemunhas foram ouvidas na Delegacia Especializada de Homicídios e confirmaram as suspeitas da polícia em torno da participação dos três homens, atualmente com 26, 27 e 30 anos, que saíram com a vítima antes do sumiço dela. O delegado Rodrigo Rolli informou também, nesta quarta (8), que ainda aguarda o resultado do exame de DNA relativo à ossada encontrada no dia 7 de julho. Os restos mortais estavam no quintal de uma casa próxima ao local onde o carro da vítima foi abandonado, às margens da Estrada União e Indústria, e podem trazer a materialidade do crime.

“Os três investigados estiveram com o Rodrigo a noite inteira. Ficou bem caracterizado nos depoimentos que um deles é bem agressivo e já se envolveu em ocorrência de crime contra a pessoa, e foi confirmado que houve uma briga entre eles naquela noite”, informou Rolli. Segundo ele, as acareações serão feitas entre os suspeitos e outras pessoas ouvidas no inquérito. “As duas testemunhas corroboraram a nossa linha de apuração, dando ênfase que, realmente, após o crime, os investigados desapareceram por duas semanas do bairro onde moravam. Além do fato de confirmarem que os três estavam a todo momento com a vítima na noite de seu desaparecimento”, completou o delegado. Conforme ele, os dois homens ouvidos são moradores da região Sudeste e conheciam tanto a vítima, quanto os suspeitos.

O carro que Rodrigo dirigia foi achado apenas no dia 11 de abril de 2014, oito dias depois do sumiço do jovem. O veículo estava aberto às margens do Paraibuna, e buscas chegaram a ser feitas na área, inclusive com apoio do Corpo de Bombeiros, mas a vítima não foi localizada. Uma acareação entre os três rapazes que estiveram com Rodrigo foi realizada naquele ano, mas todos negaram qualquer envolvimento no desaparecimento dele.

As apurações ganharam novo fôlego no mês passado, quando a ossada foi localizada no quintal da casa de um agente penitenciário. O morador já prestou depoimento. “Ele falou que estava capinando o mato e encontrou um tênis, mas achou que era apenas sujeira e jogou para o lado. Continuou a roçar e localizou a ossada”, disse Rolli. De acordo com ele, o homem já residia no endereço na época do desaparecimento, mas a propriedade rural é bem extensa, e o local onde estavam os restos mortais era afastado da residência.

Os pais da vítima também foram ouvidos novamente pela polícia nesta fase. “Estamos fazendo levantamento de campo para buscar mais testemunhas e aguardando o laudo de DNA, que demora cerca de dois meses”, concluiu o delegado. A comparação entre a ossada e os materiais genéticos colhidos dos genitores de Rodrigo é realizada no setor de Antropologia do Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte. Na ocasião em que os ossos foram achados, o próprio pai do jovem compareceu ao local, levantando a hipótese de os restos mortais serem de seu filho. Um cinto encontrado junto foi reconhecido pela mãe da vítima. A expectativa da família é obter uma resposta para amenizar a dor dos últimos quatro anos.

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