Laudos apontam que morte no interior de cela na delegacia de JF foi suicídio
Vítima foi encontrada morta no dia 19 de abril. Novos depoimentos devem ser ouvidos nos próximos dias
Os laudos periciais de local e médico aguardados pela Polícia Civil a respeito da morte de um homem, de 34 anos, em uma cela no setor de flagrante da Polícia Militar, na sede da Delegacia Regional, em Santa Terezinha, apontaram para suicídio. O preso aguardava na cela o registro de uma ocorrência de lesão corporal contra a esposa, na qual ele era apontado como autor, quando teria cometido suicídio, enforcando-se com um cadarço, em 19 de abril deste ano.
Os resultados dos exames foram divulgados durante coletiva à imprensa, nesta quarta-feira (16), pelo delegado Rodrigo Rolli, responsável pela apuração do caso. Segundo Rolli, o inquérito ainda busca esclarecer as lesões que o corpo da vítima apresentava nos braços, nas costas e no rosto. “Vamos fazer um exame médico complementar e reinquirir a esposa dele, a fim de que ela possa esclarecer essas lesões. Uma vez que ela afirmou, em depoimento anterior e de maneira categórica, que ele entrou na viatura sem algemas e não apresentou qualquer tipo de resistência à prisão”, disse o delegado.
Rolli ainda pontuou que, durante seu depoimento, a mulher relatou que, enquanto ela esperava o preenchimento do boletim de ocorrência, numa sala ao lado, não escutou qualquer tipo de barulho ou pedido de socorro por parte do marido, demonstrando que não houve arbitrariedade ou ilegalidade por parte dos policiais militares envolvidos na ocorrência. O policial afirmou que também deverá solicitar da perícia médica informações sobre quais as vestes foram retiradas do corpo para a realização do exame, haja vista que não houve a entrada de cadarço com a vítima para a cela. “Pode ser que o cadarço estivesse numa sunga ou dentro da calça usada por ele”, apontou o delegado.
Antes de concluir a investigação, o delegado disse que ainda irá colher os depoimentos dos policiais militares que estavam presentes no dia da morte. Os fatos começaram a ser investigados depois que a família da vítima solicitou a apuração, conforme apontou Rodrigo Rolli, quando instaurou o inquérito.