Fator Aécio pesará na definição da lista de candidatos tucano

Por Paulo Cesar Magella

Os tucanos estão fazendo conta e constatam dois cenários em Minas diante de uma eventual candidatura do senador Aécio Neves a deputado federal, hipótese que ele nega, mas é possível, ante as recentes denúncias formuladas contra ele na operação Lava Jato. Se ele tentar a volta à Câmara, o ponto de corte irá subir substancialmente no partido. Estima-se que, dessa forma, só quem tiver acima de cem mil votos no universo tucano tem chances de se eleger ou reeleger. Tal cenário é para poucos, sobretudo por conta de a campanha ser curta e não haver financiamento empresarial para bancar projetos.

E se…

Nesse primeiro cenário, algumas candidaturas serão revistas, ou pelo viés da desistência ou pela mudança de partido. O vereador Rodrigo Mattos, presidente da Câmara Municipal de Juiz de Fora, é um dos que podem viver esse dilema. Depois de ter descartado a possibilidade de ser candidato a deputado estadual – o que o levaria a enfrentar vários colegas de Legislativo -, ele tem projeto de ser deputado federal, mas, com Aécio em cena, dificilmente ele ficaria no campo tucano, por saber que cem mil votos é um volume de votos expressivo para uma primeira tentativa. O vereador tem até março para se definir.

Disputa interna

Um segundo cenário, com Aécio tentando a reeleição ao Senado ou até mesmo a volta ao Governo de Minas, muda substancialmente a situação. O deputado Marcus Pestana, com quem Rodrigo conversou bastante este ano e fechou alianças, seria um adversário em potencial, já que competiriam, pelo menos em Juiz de Fora e na região, no mesmo campo. Pestana, porém, já com vários mandatos, tem obtido suas maiores votações fora do seu domicílio eleitoral, como resultado de seu trabalho junto a prefeituras das mais diversas regiões do estado. Há espaço para os dois.

Entre pares

Os deputados Margarida Salomão (PT) e Júlio Delgado (PSB) transitam em águas mais tranquilas, mas também investem fora de Juiz de Fora, pois sabem ser difícil, a despeito de o Colégio Eleitoral ser expressivo, sair eleito só pela cidade. A pendência de Delgado é com o cenário interno que irá enfrentar. Adversário do ex-prefeito Marcio Lacerda, ele estaria disposto a subir no seu palanque caso se confirme a sua candidatura a governador ou buscaria um outro campo? Margarida está de olho em colegas de legenda que tentam se aproximar de Juiz de Fora. No último pleito, o deputado Reginaldo Lopes fez tal investida, mas não obteve êxito, embora tenha sido, como ela, reeleito.

Fator Bruno

O cenário de candidaturas a deputado federal por Juiz de Fora ainda tem o fator Bruno Siqueira. O prefeito tem sido cotado para ser uma das opções do PMDB ao Senado, mas não descarta a possibilidade de tentar uma vaga na Câmara Federal. Neste caso, a divisão de votos na cidade ficaria mais complicada, pois, além dos três atuais deputados – Margarida Salomão (PT), Marcus Pestana (PSDB) e Júlio Delgado (PSB) -, também estaria disputando espaço com o vereador Rodrigo Mattos, com quem, aliás, se encontra terça-feira para tratarem de questões institucionais da Prefeitura e da Câmara. Quem também estará em campo é o atual ouvidor-geral de Minas, Wadson Ribeiro (PCdoB).

 

Paulo Cesar Magella

Paulo Cesar Magella

Sou da primeira geração da Tribuna, onde ingressei em 1981 - ano de fundação do jornal -, já tendo exercido as funções de editor de política, editor de economia, secretário de redação e, desde 1995, editor geral. Além de jornalista, sou bacharel em Direito e Filosofia. Também sou radialista Meus hobbies são leitura, gastronomia - não como frango, pasmem - esportes (Flamengo até morrer), encontro com amigos, de preferência nos botequins. E-mail: [email protected] [email protected]

A Tribuna de Minas não se responsabiliza por este conteúdo e pelas informações sobre os produtos/serviços promovidos nesta publicação.

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade pelo seu conteúdo é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir postagens que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.



Leia também