18ª edição do Ibitipoca Jazz Festival acontece nesta sexta e sábado
O jazz e outros ritmos irmãos vão fazer a trilha sonora da vila de Conceição de Ibitipoca neste sexta-feira e sábado, quando acontece a 18ª edição do Ibitipoca Jazz Festival. Serão quatro shows no Serra do Ibitipoca Hotel de Lazer, a partir das 21h30, sendo que a primeira noite terá abertura de Caetano Brasil e Dudu Lima. Os dois apresentam o show que a dupla realiza há cerca de três anos no esquema clarinete/saxofone e contrabaixo. Na sequência, quem se apresenta é o TriO’Clock.
Formado por Alexandre Scio (guitarra), Leandro Scio (bateria) e Messias Lott (contrabaixo), o trio de música instrumental tem um repertório que mistura o jazz, o rock e a música mineira, com releituras de canções de Beto Guedes, Lô Borges, Toninho Horta e Wagner Tiso, entre outros. Já a segunda noite será aberta pelo Gustavo Figueiredo Trio, com o encerramento por conta do Dudu Lima Trio, que terá como artista convidado o pianista Marcos Ariel.
Quando subirem ao palco na sexta-feira, será a primeira vez que Caetano Brasil e Dudu Lima apresentam seu projeto de duo no festival, mas ambos são presença constante no evento. Caetano lembra que já tocou no festival como convidado de Dudu Lima e seu trio, além de participações nos shows da cantora Greta Bro e de Hermanes Abreu e Grupo.
Já Dudu Lima é presença mais que constante, tendo participado de todas as edições do Ibitipoca Jazz Festival. Para a abertura do evento, eles interpretam canções compostas por cada integrante da dupla em suas carreiras individuais e também versões para músicas de Charlie Parker, Miles Davis e Hermeto Pascoal.
“É um trabalho que já apresentamos em Juiz de Fora e outras cidades”, destaca Dudu Lima. “É um formato interessante e diferente, em que juntamos o baixo e o saxofone ou clarinete numa conversa diferenciada, com arranjos especiais. Ficamos mais expostos nesse formato de duo, mas temos uma afinidade muito grande. E será um prazer abrir o festival.” Caetano Brasil ressalta o fato de a parceria ter sido algo que “surgiu naturalmente”.
“Eu toco com o Dudu há tempos fazendo participações, então decidimos iniciar essa parceria. É uma novidade pelo formato pouco comum, e tem sido muito legal porque temos explorado paisagens musicais interessantes e que só são possíveis quando temos a cabeça aberta.”
O músico aproveita ainda para comentar a respeito dos desafios dessa formação diferenciada. “Não temos seção rítmica, um instrumento exclusivamente percussivo, nem instrumentos harmônico. O desafio é suprir essa ausência com nossos instrumentos, usamos artifícios para ocupar espaços e respeitar os momentos de silêncio, que também fazem parte da música até mesmo como elemento de criação.”
Segunda noite
O sábado terá a abertura do Gustavo Figueiredo Trio, em que a música instrumental mais uma vez é a regra num show marcado pela música brasileira e latina. Além de Gustavo Figueiredo ao piano, o trio conta com o baixista Pablo Souza e o baterista Márcio Bahia, que vão interpretar canções do próprio Gustavo e releituras com arranjos dos três. Esta será a segunda vez que Gustavo se apresenta no Ibitipoca Jazz Festival.
“No ano passado, fui o convidado do show do quarteto do Márcio Bahia, e foi muito bacana. A casa estava lotada, o público foi receptivo. É muito importante um festival desse para a música instrumental, em particular o jazz, ainda mais podendo fazer esse encontro de ritmos diferentes. Está tudo dentro de uma linguagem parecida, de improvisação, seja música brasileira, jazz tradicional ou contemporâneo”, analisa. “Essa variedade deve sempre acontecer.”
O encerramento fica por conta do show do Dudu Lima Trio, que terá como convidado o pianista Marcos Ariel. O repertório deve incluir canções de Dudu Lima e do pianista carioca, além de versões de standards do jazz e de nomes como Milton Nascimento. “O Ariel é um grande músico, de forte ligação com a música carioca, grande parceiro, arranjador e improvisador, com discos maravilhosos. Já me apresentei com ele sozinho e com o trio, e sempre traz uma energia muito boa. É um show que terá a cara da música brasileira e com uma formação muito interessante, com dois pianos.”