Clima bom para reciclar ideias
Ricardo Tammela, coordenador de Projetos e Extensão da FMP/Fase (RJ)
Quando boa parte do mundo fica chocada porque o presidente dos Estados Unidos resolveu boicotar o Acordo de Paris sobre Mudanças Climáticas, vale refletirmos sobre o que cada um de nós está fazendo para defender o planeta. Sim, as atitudes individuais contam muito para conter o aquecimento global. Os cientistas já disseram que, se não mudarmos hábitos de consumo, precisaremos de duas Terras, já que estamos esgotando sem freios os recursos naturais desta em que vivemos.
Uns trocam o consumo de carne por vegetais, alguns adotam uma vida sem excessos diante do guarda-roupa. Muitos economizam água e energia, outros se preocupam em reciclar os resíduos. Alguns apostam na bicicleta e nos transportes coletivos, outros poucos fazem tudo isso. Mas, felizmente, cresce o número dos que estão preocupados com o nosso futuro comum, na linha do que defende a ONU com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Os pequenos exemplos de ações coletivas se multiplicam para o bem. Em Petrópolis (RJ), a campanha Anel de Solidariedade, conduzida desde março de 2012 pela FMP/Fase, reúne lacres de latas de alumínio para a troca por uma cadeira de rodas. As cadeiras são doadas para instituições que se comprometem a emprestá-las a pacientes com problemas. São necessárias 140 garrafas PET de dois litros, cheias de anéis de lata, somando 90 quilos do alumínio, para a troca por uma cadeira. A empresa Keter fornece as cadeiras, e a Luna Express faz o transporte.
Esse projeto de extensão universitária começou com alunos de Medicina e hoje mobiliza acadêmicos dos demais cursos, funcionários e parceiros da faculdade. Há outros bons exemplos no país, transformando alumínio em solidariedade, roupas usadas em proteção contra o frio e livros já lidos em chamariz para a conquista de novos leitores, como o nosso Livro Solto. Temos também na FMP/Fase projetos de extensão ajudando a transformar vidas e paisagens em Petrópolis, com plantios de mudas de Mata Atlântica, palestras de conscientização sobre boa alimentação e saúde e exposições sobre gravidez na adolescência e a valorização da cultura indígena.
Vêm dos indígenas, aliás, as melhores lições sobre a vida em harmonia com a natureza. Lembrar a nossa ligação com esses brasileiros pode ser um bom começo para mudar a visão diante do mundo e reciclar as ideias. Nossos filhos e netos agradecerão um dia.
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