Em nota, UFJF defende suspensão de reformas
Em nota publicada nesta quarta-feira (31), a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) se posicionou publicamente sobre discussões políticas em voga no cenário nacional, em especial às discussões pertinentes às reformas trabalhista e previdenciária propostas pelo Governo do presidente Michel Temer (PMDB), que tramitam no Congresso Nacional. O texto foi veiculado no site oficial da universidade e afirma que “o Brasil se encontra mergulhado numa gravíssima crise política e econômica”. O posicionamento da UFJF, debatido em reunião do Conselho Superior (Consu), realizada na ultima segunda-feira, é de que só um debate público com setores políticos e organizados e com a sociedades civil será capaz de guiar o país por um caminho para superar a crise. A suspensão imediata das propostas de reformas em andamento – chamadas de contrarreformas – também é defendida pelo texto.
“O projeto que setores da sociedade brasileira insistem em implementar, baseado na restrição de direitos das trabalhadoras e dos trabalhadores, que se expressa, principalmente, na emenda constitucional do teto dos gastos públicos e na contrarreforma trabalhista e previdenciária, não pode continuar sem que ocorra um profundo debate na sociedade, com os diferentes sujeitos políticos organizados e com a população como um todo”, afirma a nota. A UFJF destaca ainda que a manutenção das atuais propostas de reformas podem aprofundar o atual cenário de turbulência. “Qualquer saída da crise que indique a continuidade do projeto contrarreformista sem passar pelo crivo das urnas, além de ilegítimo, estará fadada a aprofundar a instabilidade atual, fazendo com que a conta caia nos ombros da classe trabalhadora, gerando mais pobreza, injustiça social, e aprofundando a desigualdade da sociedade brasileira.”
A instituição reforça que o posicionamento vem reforçar o clamor de vozes democráticas por um amplo debate da classe política com os setores organizados da sociedade civil, como movimentos sociais e sindicatos, entre outros, para que se possa, coletivamente, forjar uma saída da crise capaz de direcionar o Brasil para “um projeto econômico e político que não penalize a classe trabalhadora e que seja legitimado pelas urnas”. À reportagem, a assessoria da universidade reforçou que o posicionamento público ocorre em consonância a movimento liderado Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior no Brasil (Andifes) no sentido de garantir à sociedade civil maior participação em discussões democráticas que definirão os rumos a serem tomados pelo país.