No princípio, era a Palavra


Por Equipe Igreja em Marcha, grupo de leigos católicos

31/12/2016 às 07h00

Celebramos neste dia 31 o sétimo dia na oitava do Natal. Uma data para reflexão e para agradecimentos. O Evangelho de hoje, segundo João (1,1-18), ajuda-nos a lembrar que “No princípio, era a Palavra, e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus. No princípio, estava ela com Deus. Tudo foi feito por ela, e sem ela nada se fez de tudo que foi feito. Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la. Surgiu um homem enviado por Deus; seu nome era João. Ele veio como testemunha, para dar testemunho da luz, para que todos chegassem à fé por meio dele. Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz: daquele que era a luz de verdade, que, vindo ao mundo, ilumina todo ser humano. A Palavra estava no mundo – e o mundo foi feito por meio dela – mas o mundo não quis conhecê-la”.

É o momento em que devemos lembrar que a Palavra de Deus é a guia no nosso cotidiano, muitas vezes, acumulado de problemas e injustiças. Vivemos uma época de profundo individualismo e egoísmo e nos esquecemos constantemente de que nossa existência depende da existência do outro, por mais diferente que ele possa ser. João se apresentou como uma testemunha enviada por Deus para dar um testemunho da luz, para que pudéssemos chegar à verdade. “Veio para o que era seu, e os seus não a acolheram. Mas, a todos que a receberam, deu-lhes capacidade de se tornarem filhos de Deus isto é, aos que acreditam em seu nome, pois estes não nasceram do sangue nem da vontade da carne nem da vontade do varão, mas de Deus mesmo.”

Neste dia, devemos refletir sobre o ano que passou. No último dia 28, o secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e bispo auxiliar de Brasília, dom Leonardo Ulrich Steiner, disse, sobre pesquisa indicando a queda do número de católicos no Brasil, que mais importante do que a porcentagem de católicos é “quantas pessoas buscam a justiça e vivem o amor até as últimas consequências”. Foi o que vivemos em 2016? Buscamos a justiça em nome da Palavra de Deus? Buscamos o amor ao próximo até as últimas consequências?
O Papa Francisco tem conduzido a Igreja neste caminho. Nas palavras de dom Leonardo, “seu pontificado tem elevado a consciência de que a fé e a ação que dele procede são necessidades básicas humanas e devem ser vividas em qualquer tempo e lugar ligados a qualquer tradição de fé”. E continua ele: “A Igreja cuida do anúncio dos valores do Evangelho e não se ocupa com estratégias para melhorar estatísticas”. A Igreja, segundo dom Leonardo, tem como suas diretrizes “animar e fortalecer suas comunidades”. O ano termina e nos coloca novamente em diante de nossa pequenez: o que fizemos para fortalecer a Palavra? Combatemos as injustiças? Nos unimos aos nossos milhares de irmãos refugiados? Nos colocamos a serviço do outro? Que possamos agradecer por mais um ano de vida e refletir pelo que ainda podemos e devemos fazer.

 

 

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