Plantio e colheita


Por IRIÊ SALOMÃO DE CAMPOS, COMUNIDADE ESPÍRITA A CASA DO CAMINHO

02/04/2016 às 07h00- Atualizada 02/04/2016 às 16h47

Qualquer revolta deve ser afastada de nossa emoção, tal é o mal que deste sentimento primitivo resulta. Se passamos por dificuldades, o momento exige mais prudência e ponderação, porque, na ânsia de solucionar um problema, corremos o risco de atropelar quem passa ao nosso lado, somando mais uma dificuldade às tantas já enfrentadas.

É sempre bom lembrar que os sofrimentos pelos quais passamos decorrem das violações cometidas contra as leis divinas, não importando se cremos ou não. Elas são um fato tal qual a Lei da Gravidade; mesmo que não seja vista, nos traz para baixo quando desafiamos as alturas, e a queda e dores subsequentes são inevitáveis.

As leis de Deus, ao contrário do que há muito se pensa, não são leis punitivas; elas nos servem de advertência, fazendo-nos sentir pessoalmente a diferença entre a alegria e a tristeza, a saúde e a doença, a fartura e a míngua, o bem e o mal.

Vivenciando essas experiências por vezes extremamente árduas, sem permitir que a ira encontre residência na alma, inicia-se o processo de compreensão, segundo o qual colhemos aquilo que plantamos. E a colheita é sempre posterior ao tempo do plantio.

Por isso, Jesus afirma: “Tudo o que vós quereis que vos façam os homens fazei-o também vós a eles, porque esta é a lei e os profetas” (Mateus).

Em outro momento de sua vida, no Sermão do Monte, Jesus reafirma o ensino de modo mais amplo: “Com a medida que medirdes, também sereis medido”. É a lei da causa e do efeito. Toda causa corresponde a um efeito, e este será da mesma natureza da causa que o originou. Por isso, a revolta é um testemunho da ignorância quanto às leis divinas.

Tudo quanto dermos receberemos de volta, seja para o bem ou para o mal, tendo eco em nossas vidas em bênçãos ou em sofrimentos.

Essa regra ensinada pelo Cristo, quando praticada por uma ou mais pessoas, leva para aquele ambiente a extinção das dificuldades que embaraçam o progresso moral, desobstruindo as dificuldades, na proporção que se dissolve o egoísmo. A sombra do sofrimento cede lugar à luz da solidariedade, da paz e das mais elevadas virtudes, pois todas as boas emoções frutificam nos corações daqueles que se dispõem a servir ao Mestre, Jesus, através do amor ao próximo.

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