VELHOS MEDOS


Por Tribuna

07/02/2016 às 07h00

Vira e mexe, o consumidor encontra produtos considerados vilões da economia por conta do aumento excessivo em seus preços. Recentemente, era o tomate a bola da vez, comprometendo os índices oficiais. Agora, são os temperos, como o alho e a cebola, mas o frango, em algumas regiões, subiu até 40%. O país não retornou aos tempos de Sarney, mas a inflação tornou-se um fator preocupante, pois começou 2016 mais intensa do que nos últimos meses do ano passado. As ações do Governo e do próprio Banco Central não têm surtido efeito em razão de diversos fatores. Os centros de distribuição culpam as chuvas, que acabam comprometendo a produção de produtos no campo, mas essa desculpa é vencida. Na estação das águas ou na escassez, os preços sobem e continuam subindo além da conta.

O consumidor, de certa forma, está escolado. Já que o preço subiu, não apenas reduz a compra como também busca outras opções. Criatividade não falta, principalmente quando é o bolso que está em questão. Nas instâncias econômicas, a dúvida está na capacidade oficial de recuar os números. Os esforços recentes são louváveis, mas o grau de comprometimento da economia chegou a níveis tão altos que retornar à zona de conforto vai demandar tempo. Resta saber até quando. Cobrar mais sacrifícios do consumidor está fora de cogitação, pois este já vem pagando a conta há tempos.

No ciclo Sarney, a figura do fiscal popular ganhou força, mas os tempos são outros, embora as promessas sejam basicamente as mesmas. Naquele tempo, muita gente foi às ruas acreditando que o Governo estava fazendo a sua parte. Só com a mudança dos conceitos e a instituição do real, já no Governo Itamar, é que o país tomou rumo. Perder esse patrimônio seria um grande retrocesso econômico, daí a necessidade de se cobrar criatividade sem, necessariamente, insistir apenas na tributação.

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