Mais de 80 atrações no Corredor da Folia
Atualizada às 19h30

As escolas de samba de Juiz de Fora não vão desfilar este ano, mas estarão presentes na folia. Os 50 anos de desfiles serão comemorados com um show no próximo dia 30, na Praça Antônio Carlos, com a apresentação das baterias das 13 agremiações, mais os respectivos mestres-salas e porta-bandeiras, além de cerca de cem integrantes de cada escola. A atração é uma das mais de 80 agendadas para a folia juiz-forana, que teve a programação completa divulgada na tarde de segunda-feira.
Segundo o superintendente da Funalfa, Toninho Dutra, o Corredor da Folia terá diversas opções para o público entre os dias 23 de janeiro e 9 de fevereiro, entre aquelas realizadas ou apoiadas pela Prefeitura. Além dos tradicionais blocos, como Domésticas de Luxo, Banda Daki e Parangolé Valvulado, a folia terá shows de artistas locais e da carioca Orquestra Voadora. A programação oficial vai de 28 de janeiro a 6 de fevereiro, sendo que vários blocos vão para as ruas até a terça-feira de carnaval (9 de fevereiro).
Já no próximo dia 23, a farra de Momo estará presente com o bloco Concentra Mas Não Sai, animando os foliões na Praça Armando Toschi, no Jardim Glória. No dia 28, às 17h, o Parque Halfeld é palco para o Encontro de Tambores, prosseguindo, às 18h, com o Desfile de Afoxé na Rua Paulo de Frontin. Às 20h, será a vez da Orquestra Voadora, que faz show na Praça Antônio Carlos. A expectativa da Funalfa é que entre 100 mil e 120 mil pessoas participem do evento.
Escolas na praça
O principal destaque deste ano é o que não vai acontecer: o desfile das escolas de samba, cancelados justamente no seu cinquentenário. Com o menor repasse feito pela Prefeitura, as agremiações preferiram não ir para a Avenida Brasil este ano. Toninho Dutra mais uma vez ressaltou que a Prefeitura foi “atropelada pela crise” em 2015, o que impediu a realização da celebração adequada.
“A Funalfa se preparou durante quatro anos para comemorar em 2016 os 50 anos dos desfiles, queríamos fazer algo diferenciado, mas fomos atropelados pela crise. Uma medida como essa pode parecer antipática, mas ela era necessária e responsável”, afirmou, citando problemas como a menor arrecadação de impostos, o que teria apertado os cofres municipais.
Toninho Dutra disse ainda que a Funalfa tem conversado com a Liga das Escolas de Samba de Juiz de Fora a fim de elaborar um novo modelo de desfile para 2017. Quanto ao que tem sido feito para evitar um novo cancelamento, o superintendente da Funalfa declarou que, antes de qualquer coisa, eles esperam vencer a crise econômica, que não é apenas local, mas também nacional. “Esperamos que a situação melhore e que consigamos atrair a iniciativa privada para ajudar no financiamento”, disse.
Cidades sem festa
Não foi só em Juiz de Fora que a crise econômica “atravessou o samba” dos desfiles. Diversas prefeituras de Minas Gerais e outros estados do país também cancelaram os desfiles ou toda a programação carnavalesca. Patos de Minas, Presidente Olegário, Patrocínio, Lagoa Formosa, Alpinópolis, Bom Despacho, Lavras, Fortaleza de Minas e Formiga, entre outras cidades, cancelaram toda a programação; outras – casos de São João del Rei, Abaeté, Diamantina, Visconde do Rio Branco, Ouro Preto, Tiradentes – preferiram ficar no meio-termo e apenas diminuíram as atrações para 2016. No Estado do Rio, Cabo Frio cancelou o desfile das escolas de samba após ver diminuir em cerca de R$ 82 milhões a arrecadação em 2014.
A crise também transformou o carnaval deste ano em Quarta-feira de Cinzas em várias cidades de São Paulo, das maiores até as menores. Campinas, Valinhos, Vinhedo, Santa Bárbara D’Oeste, Suzano, Porto Ferreira e Salesópolis, entre outras, não terão a folia com apoio de suas prefeituras. No Maranhão, as cidades de Coelho Neto e Matões já anunciaram que não haverá carnaval com o dinheiro municipal – e outros municípios podem entrar na roda; no Amapá, o desfiles das escolas de samba também foi cancelado devido à crise.