ENCONTRO MARCADO
Pelo menos duas situações tiveram as rede sociais como meio para a sua formatação, uma delas com o resultado grave da morte de um dos envolvidos. Como a Tribuna mostrou na edição de sexta-feira, dois homens marcaram um encontro no Largo do Riachuelo, com a promessa de um duelo, retornando a cidade ao tempo das diligências, quando as diferenças eram tiradas à bala. O evento não se consolidou porque a polícia, que também monitora o Facebook, especialmente, prendeu antes um dos envolvidos. Mas não houve o mesmo sucesso em outra ocorrência, na Zona Sul da cidade. Dois grupos teriam se enfrentado, após marcarem o confronto pela internet. Nesse caso, um dos participantes morreu no hospital, por ter sido baleado no abdômen.
O uso da rede mundial para fins ilegais é uma das mazelas do novo tempo. Embora, na maioria das vezes, os instrumentos de comunicação estejam sendo utilizados para explicar vaidades, como um diário, ou para interligar amigos em vários espaços, ainda há os que deturpam o sentido e usam a rede para marcar confrontos, desconstruir biografias ou para o uso inocente (ou nem tanto) da exposição de corpos nus, num hedonismo infundado, mas recorrente, sobretudo entre jovens e adolescentes.
Há avanços na legislação, mas, por ser um território livre, a internet ainda é um desafio pelas possibilidades que fornece. O tráfego de informações se mistura com outros interesses, e até mesmo para o legislador é difícil criar normas que não extrapolem os limites da liberdade de informação. O meio mais seguro é insistir na educação (sempre esta), a fim de apontar para os usuários os riscos do uso inadequado. A rede também é um pântano em termos de segurança, a despeito de todos os investimentos nesse sentido.
Até que se criem outros mecanismos, é fundamental estar atento, pois a internet encurtou os caminhos, diminuiu o mundo e fez da aldeia global uma realidade com suas virtudes e mazelas.