FUTURO INCERTO
A combinação entre recessão, para muitos se aproximando de uma depressão, com crise política cria um cenário de incertezas para os brasileiros, pois irão virar o ano sem saber o que vem pela frente em 2016. Os números apresentados ontem, resultantes da queda de 4,5% do PIB, são preocupantes, mas o grave desse enredo é a falta de perspectiva. O ministro Joaquim Levy, colocado na pasta da Fazenda como uma espécie de salvador da pátria, não está obtendo os resultados esperados. Ao contrário, com resistência em seu próprio território, não consegue mudar o jogo.
Até quando Levy vai resistir não se sabe, mas é fato consumado que algumas medidas precisam ser tomadas para, no mínimo, dar margem de manobra ao setor produtivo, ora engessado pela falta de horizontes. A queda generalizada da economia não é resultado apenas das inações oficiais mas também da insegurança de quem produz em investir num cenário que se mostra nebuloso. Se os dados mostrados ontem se confirmarem, será a pior crise dos últimos 35 anos.
Com um Governo que nada resolve e um Congresso que só tem olhares para o próprio umbigo, uma vez que parte de seus membros – sobretudo na cúpula – tem contas a acertar com a Justiça, não há o que se esperar, embora todos tenham considerado que não havia espaço para agravamento. Pelo que se vê, confirma-se a assertiva de que nada está tão ruim que não possa piorar.