O lavrador


Por Tribuna

30/05/2015 às 04h00

IRIÊ SALOMÃO DE CAMPOS, COMUNIDADE ESPÍRITA A CASA DO CAMINHO

Existem, entre nós, seres humanos trabalhadores de todas as ordens. Imaginemos por alguns instantes que somos uma comunidade de lavradores, proprietários de pequenos lotes, todos com o exato e igual tamanho e com uma pequena divisa entre eles, permitindo a cada vizinho observar o outro.

De um lado, temos aquele que, preocupado apenas em possuir, explora o trabalho alheio em condições de penúria, sem nunca tocar a sementeira com as próprias mãos. Mais adiante, encontramos o outro reclamando das más condições do solo, incapaz de qualquer colheita, ao mesmo tempo em que se nega ao benefício da água e ao auxílio do adubo.

Um terceiro diz que o sol escaldante e a ausência de chuva o impedem de fazer a lida diária e a colheita, ao mesmo tempo em que a enxada enferruja, as sementes ressecam, e os insetos infestam o solo. Outros tantos, em assembleias despropositadas, gastam energia e precioso tempo, acusando este ou aquele por suas mazelas, enquanto a erva daninha e o capim sufocante recobrem sua gleba de terra.

Não nos esqueçamos daqueles que se arvoram a uma suposta liderança e dedicam-se a fiscalizar o campo alheio, intrometendo-se no que não lhes cabe, sem se dar conta de que a sua propriedade é engolida pelo abandono.

Vemos uns que se dizem acometidos pela dor de cabeça, um forte resfriado, incapacitando-os ao trabalho, assim, perdendo a grande oportunidade de semear.

Mas existem muitos, decerto a maior parte de trabalhadores, que, mesmo em condições adversas, se dedicam à jornada diária e ao trabalho de semear e colher o bem, como exemplificou Jesus. Assim é na lavoura do progresso espiritual. O agricultor que trabalha cedo, com afinco e dedicação na sementeira da alma, no justo tempo terá o retorno da colheita e o celeiro farto, suprindo suas necessidades.

A humanidade é ainda como a terra que se cultiva. Necessita da marca profunda da enxada, do sulco rasgado do arado e das mãos benditas do semeador e, somente após todos esses processos de aparente sofrimento, é capaz de florescer. Como ensina Paulo, o Apóstolo (II Timóteo, 2:6.), “o lavrador que trabalha deve ser o primeiro a gozar dos frutos”.

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