Se correr o bicho pega…
Neste desgoverno em que nos encontramos, que não tem nenhuma autoridade realmente, não sabemos aonde vamos chegar. Não sabemos como serão as próximas eleições. O movimento dos caminhoneiros, que eclodiu sem que as pessoas soubessem de onde partiu, como a manifestação de 2013, quando o povo foi para as ruas sem que se soubesse quem estava liderando. Agora os caminhoneiros foram parando pelas estradas, e o Brasil parou, pois, em quatro dias, acabou o combustível, e o desgoverno tonto, sem saber o que fazer.
Perplexo diante da própria incompetência, o desgoverno quis colocar a culpa nos empresários do setor. Ofereceu benefícios aos caminhoneiros, mas a classe não acreditou, não confiou e o movimento prosseguiu. E se fortaleceu. Como disse o prefeito de Betim, Vittorio Mediolli – também empresário do setor de transporte -, “este é o movimento que faz lembrar Gandhi, que é a não violência. Estão parados porque não aguentam mais”.
Até então, o povo vinha assistindo pacificamente aos desmandos de um governo desmoralizado, de um Congresso desrespeitado e de um Judiciário comprometido. Este movimento dos caminhoneiros veio mostrar ao governo e aos outros Poderes que ninguém mais está aguentando o caos no país, a começar pela impunidade dos que praticam todo tipo de crime contra o Estado e o povo.
Mesmo com a prisão de alguns poucos políticos como Lula e Eduardo Azeredo – este está pagando caro pelo que não fez – e de muitos empresários, como se quisessem destruir o empresariado nacional para a chegada dos chineses, o sentimento popular é de que o crime compensa, diante da impunidade assegurada por leis frouxas e julgadores descomprometidos.
Temer, um jurista renomado, perdeu a autoridade – se é que tinha – quando assumiu o lugar de Dilma e montou uma equipe integrada por inúmeros notórios bandidos da política nacional. Mesmo assim, ainda ousou pensar em reeleição. Este movimento dos caminhoneiros, mesmo parando, serviu para desnudar o desgoverno no país e, por isso, está sendo aplaudido por aqueles que nunca quiseram ter atitude. Com a eleição chegando, teremos a oportunidade de promover uma renovação elegendo gente que queira reconstruir um país sério. Se tal acontecer, a paralisação terá prestado um grande serviço ao país.
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