Confie no (a) bartender
“Como quase tudo na vida, a coquetelaria também possui seus mitos e mazelas, além de carrear consumidores dos mais diversos tipos.”
A coquetelaria é a arte, preciosa e mágica, de preparar drinques e coquetéis, que podem ser, de forma muito simples, definidos como bebidas alcoólicas misturadas a outros líquidos.
Como quase tudo na vida, a coquetelaria também possui seus mitos e mazelas, além de carrear consumidores dos mais diversos tipos. Dos clientes desconfiados aos folgados, passando pelos chatos e sabichões, o (a) bartender precisa lidar com todos eles. Por ora, falaremos do mito do excesso de gelo e sobre os pedidos de um “choro ou chorinho”.
Quem nunca se questionou ou ouviu alguém reclamar da quantidade de gelo em seu coquetel? O copo cheio de gelo não significa menos bebida, muito menos mais diluição. Ao contrário, as regras da física demonstram que quanto mais gelo, menor o derretimento ao longo do tempo e, portanto, o coquetel ficará geladinho e menos diluído em água. O gelo não é uma artimanha para adicionar menos bebida alcoólica, mas uma técnica para garantir a qualidade e sabor original da bebida por mais tempo.
Outra forma de garantir a qualidade – e padronização – de seu coquetel é seguir a receita no que se refere aos ingredientes e, sobretudo, às suas medidas. O fato é que não pagamos por um copo da bebida, mas por um drinque ou coquetel cujo volume (em mililitros, por exemplo) é predeterminado na receita. A caipirinha clássica leva uma dose de 50 mililitros de cachaça, um limão, açúcar e gelo.
O famoso “choro” (adição de mais bebida alcoólica) somente serve para desequilibrar o coquetel e aumentar as perdas e custos do bar, o que, cedo ou tarde, impactará na precificação das bebidas para todos. Cada coquetel tem a sua própria percepção alcoólica. Coquetéis refrescantes, por exemplo, tendem a ter uma percepção alcoólica menor, o que não significa necessariamente menor graduação alcoólica – quantidade relativa ou percentual de álcool.
No mais, confie no bartender. Eles e elas sabem o que estão fazendo. Por mais que possamos conhecer sobre uma ou outra bebida, não somos profissionais. Com responsabilidade, respeito, humildade e disposição para experimentar, o mundo e os prazeres da coquetelaria são infindáveis.
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