O paradoxo da aposentadoria
Lélio Braga Calhau, promotor de Justiça de defesa do consumidor do Ministério Público de MG
A mudança nas regras da aposentadoria tem causado grande preocupação na população. Não seria para menos. O assunto mexe com a gente, e muito. As pessoas contribuem por anos e esperam, numa fase posterior, em que a força física e a saúde já não são as mesmas de outrora, ter a segurança e a tranquilidade de receber mensalmente um valor suficiente para a vida, na aposentadoria.
Infelizmente, a verdade é que não há mais segurança e tranquilidade quando tratamos da aposentadoria. Mais que reclamar, temos que aceitar a nova realidade desse fato e reagir. Mais do que nunca, construir paulatinamente uma reserva financeira é essencial por parte de cada um de nós.
Essa reserva pode começar a ser construída com valores pequenos. Pouco a pouco, vá aumentando esses valores e, com bons investimentos (ex.: Tesouro Direto), você se beneficiará da ação avassaladora dos juros compostos.
Com mudança de comportamento e a adoção de hábitos financeiros positivos – como, por exemplo, reduzir despesas, fazer bicos, vender coisas inúteis, estudar educação financeira gratuitamente na internet, etc. -, você pode mudar o seu futuro. Não confie apenas na aposentadoria oferecida pelo Governo. Crie alternativas que irão fazer a diferença na sua vida, complementando e atendendo suas efetivas necessidades.
Por fim, chega a ser um paradoxo. O mesmo Governo federal que reduz a ação da aposentadoria pública paga juros de seis por cento ao ano, mais a inflação (IPCA), para investimentos no Tesouro Direto. Isso pode lhe proporcionar a construção, no longo prazo, de uma reserva tão importante quanto a aposentadoria. Não deixe seu futuro na mão do Governo. Dá trabalho, mas dá resultado.
O seu futuro agradece!