A cura da obesidade é o remédio?
“A expectativa é que, com o tempo, possamos contar com terapias direcionadas exclusivamente para a perda de peso, oferecendo maiores oportunidades de tratamento (…)”
Nos últimos anos, a busca por soluções eficazes para o tratamento da obesidade tem ganhado destaque na medicina. Entre os medicamentos utilizados, o Ozempic, descoberto originalmente para diabetes tipo 2, tem sido amplamente debatido. O princípio ativo do Ozempic, a semaglutida, mostrou-se eficaz na promoção de perda de peso em pacientes não diabéticos, o que aumentou significativamente sua prescrição para esse propósito. Contudo, é necessário discutir o risco do seu uso de maneira indiscriminada e sem prescrição médica.
A semaglutida, presente no Rybelsus, Ozempic e Wegovy, age aumentando a sensação de saciedade e diminuindo o apetite, mecanismos úteis na redução de peso. Entretanto, o uso de tais medicamentos tomou grandes proporções na mídia, o que acarretou uso sem acompanhamento regular. Sendo assim, alguns pacientes cursaram com efeitos colaterais advindos da falta de orientação e conhecimento sobre a droga.
Recentemente, um estudo publicado na revista Jama Internal Medicine trouxe novos dados. A pesquisa revelou que a tirzepatida, princípio ativo do Mounjaro, é mais eficaz na perda de peso em pacientes com sobrepeso e obesidade do que a semaglutida. Este é o primeiro estudo comparando diretamente a efetividade das duas substâncias, mostrando que a tirzepatida levou a maiores porcentagens de perda de peso corporal quando comparada a outra droga mencionada. Esta descoberta abre novas perspectivas no tratamento da obesidade, sugerindo que a tirzepatida pode ser uma ferramenta valiosa na luta contra o excesso de peso.
Os resultados são encorajadores e reforçam a necessidade de desenvolver terapias e protocolos específicos para tratamento antiobesidade, que sejam seguros e eficazes. É fundamental que a medicina continue avançando para oferecer opções de tratamento personalizadas, considerando a complexidade da obesidade, que envolve aspectos genéticos, ambientais e comportamentais.
A expectativa é que, com o tempo, possamos contar com terapias direcionadas exclusivamente para a perda de peso, oferecendo maiores oportunidades de tratamento para uma doença que oferece tantos riscos à população. Isso inclui a descoberta de novos fármacos e a implementação de abordagens que combinem medicamentos com mudanças de estilo de vida, suporte psicológico e intervenções nutricionais.
Enquanto esses avanços não se concretizam, é responsabilidade dos profissionais de saúde avaliar cuidadosamente cada caso, garantindo que os pacientes recebam o tratamento mais adequado e seguro. A obesidade é uma condição complexa que requer abordagens multifacetadas e personalizadas. Com o avanço da ciência e o desenvolvimento de novas terapias, estamos cada vez mais próximos de oferecer soluções eficazes e seguras para o controle do peso, melhorando a qualidade de vida dos pacientes.
Esse espaço é para a livre circulação de ideias e a Tribuna respeita a pluralidade de opiniões. Os artigos para essa seção serão recebidos por e-mail ([email protected]) e devem ter, no máximo, 30 linhas (de 70 caracteres) com identificação do autor e telefone de contato. O envio da foto é facultativo e pode ser feito pelo mesmo endereço de e-mail.