Eleições em 2018? Como?
Luiz Sefair
Colaborador
“Não é o povo que não sabe votar, mas os partidos políticos que – por culpa das falhas da lei e por conta de interesses menores – quase sempre não têm sido primorosos na escolha dos respectivos candidatos”
Ora, sem reforma política com nível de qualidade excelente e ampla participação popular, que estabeleça critérios rigidamente democráticos e republicanos para a escolha dos candidatos por parte dessa “sopa de letrinhas” que ousam chamar de “partidos políticos”, como teremos eleições em 2018? Como, então, aprimoraremos os nossos quadros?
Sem critérios justos e saudáveis, com ampla participação popular, que definam a seleção dos candidatos, como poderemos corresponder aos anseios populares? Sem isso, como poderemos vislumbrar um futuro promissor? Já que querem tratar a atividade política como sendo uma profissão, por que razões o TSE não disponibiliza, para a militância de todos os partidos políticos, cursos de formação política objetivando a qualificação profissional dos interessados em concorrer às eleições?
Sem esse tratamento, como poderemos ter chapas de candidatos suficientemente preparados para o exercício da atividade pública pela via do processo eleitoral? Afinal, não é o povo que não sabe votar, mas os partidos políticos que – por culpa das falhas da lei e por conta de interesses menores – quase sempre não têm sido primorosos na escolha dos respectivos candidatos! Até porque não os preparam para o exercício da atividade pública pela via do processo eleitoral.
Graças a essa falha – que se arrasta há décadas e que, na maioria das vezes, é intencional -, a cada eleição, os nossos quadros têm piorado de qualidade de forma assustadoramente perigosa. Por conta disso, a crise moral continua, e a vaca caminha, célere, para o brejo. Pior: por falta de lideranças autênticas e confiáveis para comandar o processo, as eleições de 2018 podem até não acontecer, e isso, inevitavelmente, pode significar o princípio do caos.