Atenção ao futuro

Região precisa se mobilizar para garantir os atuais equipamentos e criar meios para atrair novos negócios, especialmente na área industrial


Por Tribuna

30/03/2019 às 17h14

A visita dos vereadores que integram a Comissão de Abastecimento, Indústria, Comércio e Defesa do Consumidor da Câmara Municipal ao Aeroporto Regional Itamar Franco pode ser interpretada como um mero gesto político perante a autorização da Receita Federal para armazenar e transportar cargas nacionais e internacionais, ou até mesmo uma jogada de marketing, mas é necessário considerar que foi positiva, pois dá ao Legislativo espaço para discutir não só a questão aeroviária, mas também outras demandas, especialmente na área industrial, que precisam estar permanentemente na agenda política.

O aeroporto é estratégico para o desenvolvimento da região, mas carece de mais investimentos para garantir os propósitos que levaram o então governador Itamar Franco a dar o pontapé inicial para sua construção. A distância de Juiz de Fora – o principal centro urbano no seu entorno – não é o principal problema, pois aeroportos de grande porte em todas as metrópoles do mundo também estão distantes da área urbana. O acesso, sim.

Com a nova vocação, ele vai precisar de uma via que garanta o traslado de mercadorias de todos os portes, o que hoje é impossível, ante uma série de obstáculos nos conglomerados urbanos ao seu redor. É fato que uma primeira etapa foi resolvida com o acesso que liga a MG-353 à BR-040, tirando o trânsito pesado da região de Grama, mas falta resolver, ainda, a duplicação da via, especialmente em algumas serras, e a passagem por dentro de Coronel Pacheco e Goianá, com quebra-molas em toda a sua extensão.  De novo volta à pauta o papel dos governos estadual e federal. A rodovia carece de ações voltadas para o futuro, e eles, aliados ao poder municipal, são fundamentais para a execução das melhorias que se fazem necessárias.

No debate em torno do desenvolvimento da Zona da Mata – mesmo não sendo, lamentavelmente, uma discussão permanente -, o modal aéreo é pauta prioritária. O aeroporto precisa ser economicamente viável para se tornar um ponto de atração de investimentos. Quando grandes grupos avaliam migrar seus negócios, a logística é o primeiro ponto a ser discutido. Se o terminal ampliar sua vocação para industrial e o acesso for viável, certamente, estarão criadas condições para atração de indústrias.

Num momento em que projetos como M. Dias Branco e Mercedes-Benz estão na pauta pela incômoda possibilidade de se transferirem para outros centros, é fundamental avaliar medidas não só para a sua permanência mas também de atração de outros investimentos, pois só dessa maneira a região irá se recuperar do atraso que lhe foi imposto nas últimas décadas pela inação de seus próprios líderes.

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