Está na hora do Congresso trabalhar 

“Em alguns temas como tem feito, praticamente paralisando suas atividades com atitudes radicais, só atrapalham o desenvolvimento nacional”


Por Paulo César de Oliveira - jornalista e diretor-geral da revista Viver Brasil

03/06/2025 às 08h00

O Congresso precisa desarmar o espírito, assumir seu papel de representante do povo, e começar a trabalhar com seriedade nas discussões dos temas mais urgentes para o país. Fixar-se em alguns temas como tem feito, praticamente paralisando suas atividades com atitudes radicais, só atrapalham o desenvolvimento nacional, já em risco pelas medidas populistas tomadas por Trump nos Estados Unidos, que têm instabilidade em todo o mundo.

Travar a pauta sem abrir debate sério e profundo sobre as propostas, como vem ocorrendo com o IOF, ou por radicalismos políticos, como no caso da proposta de anistia, é um crime contra a população. O Congresso precisa, sim, discutir as propostas e as medidas adotadas pelo governo, mas não pode fazer da radicalização uma medida de postergação de decisões. A pauta do Legislativo é ampla e não pode ficar paralisada por interesses de grupos. Não se admite, por exemplo, que enquanto interesses de grupos mantenham o processo de travamento da pauta para pressionar o governo, temas urgentes para a população fiquem parados, esquecidos- em algumas situações por conveniência- sem análise profunda e responsável.

Apenas como exemplo, lembro que não evoluiu o debate sobre a PEC da Segurança Pública apresentada pelo governo, com mudanças na estrutura do setor no país. E o país vive um momento crítico no setor, com o aumento descontrolado da criminalidade, assustando a população. Este é um tema controverso, que requer um amplo debate com a sociedade, mas que fica numa tramitação burocrática, sem apresentar evolução. Enquanto isso, outros temas de interesse de grupos específicos, dominam a pauta e paralisam os trabalhos parlamentares, servindo de temas para a radicalização política.

E as perspectivas são desanimadoras. Apesar da legislação prever recesso parlamentar só em julho, de pouco mais de quinze dias, desde já não contem com a presença maciça de parlamentares em Brasília. As festas juninas começaram provocando o que se convencionou chamar de “recesso branco” que nada mais é do que gazetear, com a disputa de visita às bases. O Brasil Bem, o Brasil fica para depois. Não podemos nos esquecer, ainda, de que deveremos ter um segundo semestre politicamente bem radicalizado.

 

 

 

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