Operação Cortina de Fumaça apreende 20 toneladas de fumo sem nota fiscal
Manobra teve como alvo empresa localizada em Visconde do Rio Branco
Vinte toneladas de fumo sem nota fiscal, que seria utilizada na produção de 1,5 milhão de maços de cigarro, foram apreendidas nesta quarta-feira (13), durante operação que apura esquema de fabricação clandestina e comercialização ilegal de cigarros, em Visconde do Rio Branco, a aproximadamente 130 quilômetros de Juiz de Fora. Denominada Cortina de Fumaça, a ação desmantelou o esquema de falsificação comandado por uma indústria com sede no município e contou com participação do Ministério Público, Secretaria de Estado de Fazenda, Advocacia-Geral do Estado, Polícia Civil e Receita Federal. Ao todo, foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão, sendo dez na comarca de Visconde de Rio Branco, um em Piranga e outro em Coimbra, ambos municípios da região.
Segundo as apurações, a empresa alvo da manobra está com registro de fabricação suspenso pela Receita Federal desde o ano de 2013, mas continuava a produzir cigarros de duas marcas. A matéria-prima para a produção de cigarros era adquirida em nome de empresas de fachada pertencentes ao mesmo grupo, localizadas no mesmo endereço da indústria, a fim de não levantar suspeitas. Além do fumo, acondicionado em 173 fardos de 120 kg cada um, foram apreendidos arquivos eletrônicos, papéis de cigarro e maquinário utilizada na fabricação. O prejuízo aos cofres públicos é superior a R$ 75 milhões pelo não pagamento de impostos.
Os cigarros produzidos de forma clandestina foram encontrados também no estado de São Paulo. Diligências realizadas pela Polícia Civil e Receita Estadual confirmaram que a fraude continuava sendo realizada, uma vez que mais cigarros foram localizados sendo vendidos em pequenos comércios em cidades no interior de Minas Gerais, principalmente em Leopoldina, Ubá e São João del-Rei.
As investigações apontam ainda fortes indícios da falsificação de selos de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Exame preliminar apontou a inautenticidade do material utilizado pelos investigados. Os suspeitos poderão responder pelos crimes de falsificação de selos de IPI, organização criminosa, lavagem de dinheiro e venda de substância nociva à saúde. A operação Cortina de Fumaça contou com três promotores de Justiça, 26 policiais civis, 24 servidores da Fazenda e 16 auditores da Receita Federal.