Todos os parques estaduais e unidades de conservação, administrados pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), estarão fechados entre sexta-feira (12) e o próximo dia 17, Quarta-feira de Cinzas, datas em que tradicionalmente o Carnaval é comemorado. O fechamento é determinação do Comitê Extraordinário Covid-19, do Governo de Minas Gerais, e atinge o Parque Estadual do Ibitipoca, em Lima Duarte.
De acordo com comunicado do IEF, a suspensão acompanha decisões recente do Governo estadual, publicada no último dia 3 no Diário Oficial de Minas Gerais, que cancela festividades e determina que não haverá ponto facultativo aos servidores estaduais durante os dias de folia. Todas as medidas acontecem para evitar uma maior proliferação do coronavírus, segundo o Governo de Minas Gerais.
Segundo o IEF, todas as 93 unidades de conservação, que são gerenciadas pela entidade, estão funcionando, desde o dia 27 de janeiro, com restrições sanitárias que seguem as regras do Minas Consciente. Anteriormente, o funcionamento desses espaços só era autorizado nas ondas amarela e verde do programa estadual, de modo que dependia da progressão ou regressão de cada microrregião a que as unidades pertencem.
Comerciantes indignados
O curto prazo entre o comunicado e o fechamento da unidade de conservação voltou a causar insatisfação entre os comerciantes do distrito de Conceição do Ibitipoca. A proprietária do restaurante Pedaço do Sol, Fabiana Francisco, foi uma dos comerciantes surpreendidos pela decisão do Governo de Minas Gerais com apenas dois dias de antecedência. “A gente se prepara. Em restaurantes e bares nós fazemos estoque, quem é de pousada contrata mais pessoas para ajudar. Tudo isso estava preparado”, lamenta Fabiana.
Na visão dos comerciantes, com melhor planejamento da Administração Estadual, o fechamento do Parque do Ibitipoca poderia ter sido anunciado com um período maior de antecedência. “A decisão (com curto prazo) traz essa angústia de um investimento que foi feito. E nós temos uma preocupação com o turista, que fica inseguro de vir para Ibitipoca por não saber se o parque vai estar aberto ou fechado”, complementa Fabiana.
A insatisfação é corroborada pela Associação de Moradores e Amigos de Ibitipoca (Amai). O vice-presidente, Fred Fonseca, lembrou do impacto social causado por mais um fechamento repentino. “Podem acontecer avaliações negativas de turistas que já se prepararam e, chegando aqui, não têm informação. Isso demonstra um descaso e uma falta de diálogo que tem acontecido entre o IEF e a vila de Conceição do Ibitipoca. Nós precisamos ter um diálogo mais efetivo”, sentencia Fonseca.
Preocupação com aglomerações
Em contato com a reportagem, a Prefeitura de Lima Duarte, através da assessoria de imprensa, manifestou temor pela sobrecarga de outros pontos turísticos durante o carnaval. De acordo com a Administração Municipal, o fechamento do Parque do Ibitipoca pode aumentar o fluxo de turistas em outros locais do município. “A Prefeitura pede atenção à população para evitar aglomerações”, afirma.
Vai e volta
Desde o final de 2020, o Parque do Ibitipoca vive um cenário de sucessivos fechamentos e aberturas. Após ser reaberto em outubro, o espaço voltou a ser fechado no Natal, dia 25 de dezembro, “em atenção às determinações e normas técnicas do Comitê Extraordinário Covid-19”, segundo comunicado. Naquela ocasião, turistas já reclamavam em publicação feita pelo Instagram do Parque em função do aviso de fechamento com curto prazo, uma vez que várias pessoas já haviam programado viagem para Ibitipoca para as festas de final de ano.
No dia 7 de janeiro, o IEF anunciou a reabertura do Parque para o dia 9 daquele mesmo mês. As visitas passaram a acontecer apenas com agendamento prévio, com limitação de entrada de 500 pessoas por dia na unidade, o agendamento eletrônico para a realização dos três circuitos com atrativos abertos ao público e a limitação de cinco pessoas no mesmo grupo.
Entretanto, no dia 14 de janeiro, o IEF anunciou uma nova suspensão das visitações. A partir do dia 16 daquele mês, o Parque de Ibitipoca seria novamente fechado por causa da regressão da microrregião de Lima Duarte à onda vermelha do Minas Consciente. Na ocasião, a gerente do Parque, Clarice Silva, relatou à Tribuna a preocupação da direção com a saúde da população. Ela também chegou a afirmar que é preciso estar “preparado para as flutuações de ondas do Minas Consciente”.
Pouco mais de duas semanas depois, no último dia 3, o Parque foi novamente aberto pelo IEF. No comunicado, a direção ainda lembrou a possibilidade de novas alterações na situação devido ao cenário de pandemia da Covid-19. Após uma semana de funcionamento, ainda seguindo restrições por conta do coronavírus, a determinação do Governo de Minas volta a suspender as atividades do espaço.