Eleições 2024: número de militares eleitos é o maior no século

Conforme dados revelados pela Nexus, o número é 13% maior se comparado ao de eleitos em 2020


Por Wesley Bião, da Agência Estado

10/10/2024 às 10h33

eleicoes militares foto flickr exercito brasileiro
Foto: Flickr / Exército Brasileiro

As eleições de 2024 marcaram o ano em que mais se elegeram candidatos que trazem em seus nomes algum posto ou graduação militar neste século. Só no pleito deste ano, 152 concorrentes foram eleitos com postos que vão de “general” a “praça”, representando 0,24% de todos os prefeitos e vereadores eleitos no País. Os dados são da Nexus.

O número é 13% maior se comparado ao de eleitos em 2020, com 134 candidatos que se declararam militares e levavam suas patentes nos nomes de urna registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

De 2000 até este ano, o número de patentes militares em nomes de candidatos subiu 36%. Na primeira eleição do século – ocorrida justamente naquele ano -, 707 postulantes se apresentavam como militares, sendo que 112 foram eleitos. Já em 2024, o total de militares que concorreram às eleições foi de 1.204.

Enquanto isso, o número total de concorrentes, em todo o país, subiu 14% no mesmo período – foi de 399.330, em 2000, para 454 689, em 2024. Os dados mostram que o ritmo de crescimento de candidatos militares é cinco vezes maior que o aumento total de candidatos.

O PL, partido do ex-presidente e capitão reformado do Exército Jair Bolsonaro, elegeu um total de 52 candidatos militares no pleito deste ano, o maior número. É seguido por Republicanos e MDB, com 18 e 16 candidatos, respectivamente.

O Sudeste teve o maior número de vitórias de militares, com 54 eleitos. Vêm na sequência a região Sul, com 36, Nordeste, com 30, Centro-Oeste, com 24 e Norte, com 8 candidatos militares eleitos.

 

 

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.