PF vai devassar Ășltimos dois anos da vida de Adelio Bispo
Até agora, quebra de sigilo bancårio, telefÎnico e anålise de equipamentos eletrÎnicos do autor indicam que ele teria atuado sozinho
A PolĂcia Federal (PF) instaurou um novo inquĂ©rito para dar continuidade Ă investigação sobre o ataque a faca de Adelio Bispo de Oliveira ao candidato Ă PresidĂȘncia Jair Bolsonaro (PSL). O primeiro serĂĄ encerrado atĂ© o fim de semana por causa do prazo mais curto pelo fato de Adelio estar preso. Na Justiça Federal, investigaçÔes com o rĂ©u preso podem durar no mĂĄximo 30 dias.
Conforme o jornal “O Estado de S. Paulo”, apĂłs ouvir mais de 30 pessoas, quebrar os sigilos financeiro, telefĂŽnico e telemĂĄtico de Adelio Bispo, o delegado federal Rodrigo Morais e sua equipe nĂŁo encontraram nenhum indĂcio de que o autor da facada tenha agido a mando de outra pessoa ou em grupo.
O segundo inquérito vai herdar do primeiro todas as informaçÔes colhidas. Além das quebras de sigilo e depoimentos, a PF vai analisar todo o sistema de cùmera da cidade de Juiz de Fora (MG), onde ocorreu o ataque, para traçar todos deslocamentos de Bispo desde sua chegada na cidade.
O objetivo da nova apuração, segundo relatou um investigador, Ă© fazer uma devassa nos Ășltimos dois anos da vida de Bispo e mapear qualquer relação dele com outras pessoas que possam indicar a participação de mais pessoas no ataque.
Embora vå se debruçar sobre todas as informaçÔes coletadas novamente nessa segunda investigação, a PF jå descartou varias das hipóteses levantadas, principalmente, por apoiadores de Bolsonaro.
Todas pessoas indicadas por seguidores do candidato nas redes sociais como sendo “ajudantes” de Bispo foram investigadas e nĂŁo foram encontrados indĂcios mĂnimos de participação na ação. Entre essas pessoas, foram ouvidas trĂȘs mulheres com o nome Aryanne Campos. Segundo os apoiadores de Bolsonaro, uma mulher com esse nome teria passado a faca para Bispo. A versĂŁo foi completamente descartada na investigação.
Arma
A faca utilizada no ataque passou por perĂcia que encontrou DNA de Bolsonaro na lĂąmina, o que prova que ela foi utilizada no crime. Os investigadores descobriram que a escolha da faca como arma para o crime Ă© explicada pelo fato de Bispo ter trabalhado como açougueiro e em uma restaurante de comida japonesa.
A PF tambĂ©m esmiuçou todas as transaçÔes financeiras do agressor. NĂŁo foi encontrado nenhuma movimentação suspeita. O Ășnico depĂłsito em espĂ©cie anormal teve origem em uma causa trabalhista O cartĂŁo internacional que ele tinha nunca havia sido utilizado e foi enviado pelo banco sem a solicitação de Adelio Bispo.
Os equipamentos eletrÎnicos (celulares e notebook) também foram analisados. Dois dos quatro celulares estavam desativados, e os outros não continham, pela apuração feita até agora, informaçÔes sobre contatos com outras pessoas para a pråtica do crime. O notebook encontrado com ele estava quebrado e não era utilizado hå cerca de um ano.
Crime polĂtico
Como mostrou o jornal, Bispo serĂĄ enquadrado pela PF no artigo 20 da Lei de Segurança Nacional. Esse artigo prevĂȘ a punição para quem cometer “atentado pessoal” por “inconformismo polĂtico”. De acordo com a investigação da PF, foram divergĂȘncias polĂticas entre Bispo e Bolsonaro que levaram o ex-açougueiro a atacar o candidato do PSL.