Audiência pública discute segurança na feira da Avenida Brasil
Feirantes solicitaram ações contínuas da PM para garantir tranquilidade a eles e aos clientes
Uma audiência pública, na tarde desta segunda-feira (17), discutiu a situação de segurança e infraestrutura na Feira da Avenida Brasil, que ocorre semanalmente aos domingos e reúne 219 feirantes, com fluxo superior a 12 mil pessoas. O encontro, que contou com a participação dos profissionais, de forças de segurança e secretários da Prefeitura, foi solicitado pelos vereadores Marlon Siqueira (MDB), Luiz Otávio Fernandes Coelho (Pardal, PTC) e Sheila Oliveira (PTC) a pedido dos próprios feirantes. Segundo estes trabalhadores, a ocupação de barracas clandestinas, na margem direita da avenida, tem avançado de forma preocupante, causando transtornos no lado esquerdo, onde estão as barracas legalizadas pelo Poder Executivo. Além disso, furtos e roubos têm sido constantes pela ausência do policiamento ostensivo. Ao fim do encontro, houve a garantia de operações conjuntas durante a feira, aos moldes que já ocorreram nos dois últimos domingos.
Segundo o feirante Tarcísio da Silva Lima, que há 30 anos trabalha na avenida, o comércio de drogas, mídias piratas e outros produtos de origem duvidosa é grande. “São muitos os problemas que precisam ser resolvidos, mas a questão da segurança é a nossa prioridade”, disse. Coro reforçado pelo também feirante Marconi Carvalho. “Se não tiver uma presença maior da PM e da Guarda Municipal, nada vai ser resolvido. Alguma coisa precisa ser feita.” O feirante Vanderlei Basílio falou da segurança, mas salientou que o número de profissionais irregulares tem aumentado, com ocupações até mesmo na margem esquerda da avenida. “Vai chegar um ponto que não vai mais suportar mais tanta gente, está virando bagunça.”
Polícia Militar
O comandante da 32ª Companhia de Polícia Militar, capitão Alexandre Barbosa Antunes, falou das dificuldades da corporação em promover ações ostensivas na área. “Não é um problema simples, e não estou aqui para enganar ninguém, dizendo que, a partir de amanhã, o problema será resolvido.” Ele explicou que, ano passado, duas grandes operações chegaram a ser feitas, uma delas reunindo 190 policiais. Na época, aproveitou-se do efetivo que estava fazendo um curso para sargentos. Porém ele explicou que não é possível garantir esta grande concentração todos os domingos. “Por isso é importante organizarmos operações conjuntas”, explicou. Ele ainda citou a dificuldade operacional destas ações, pois é preciso agir contra os infratores, mas garantindo a segurança dos demais frequentadores.
Citando a dificuldade de mobilizar grande efetivo, o delegado Rogério Woyame, da Polícia Civil, argumentou que os próprios feirantes podem ajudar na identificação dos suspeitos, de forma anônima. Segundo ele, são cerca de 40 policiais para atuar em investigações de Juiz de Fora e cidades vizinhas. No entanto, estas atividades se potencializam quando há denúncias. “Mas infelizmente nossa legislação é muito ruim. Acontece de prendermos uma pessoa, e ela ser solta antes mesmo de terminarmos a papelada na delegacia. Só que isso não é desmotivador, estamos aqui para efetuar as prisões. Por isso peço a colaboração de todos, indo à própria delegacia ou registrando ocorrências pelo 181 (disque denúncia), de forma anônima.”
Ações contínuas
Conforme o secretário de Agropecuária e Abastecimento, Carlos Alberto Ramos de Faria, a força-tarefa para coibir feirantes clandestinos e criminosos na área vai continuar por tempo indeterminado. Estas atividades, segundo ele, contarão com apoio dos fiscais da Prefeitura, Guarda Municipal e da Polícia Militar. “Vamos sair daqui com ações concretas para dar tranquilidade aos feirantes e aos frequentadores.”