Projeto de lei prevĂȘ gratuidade por 2 horas em estacionamentos de hospitais
Medida abrange apenas situaçÔes de atendimento de urgĂȘncia e emergĂȘncia
Aguarda para votação em primeira discussĂŁo na CĂąmara Municipal, o projeto de lei que prevĂȘ a proibição da cobrança de estacionamento em estabelecimentos hospitalares, clĂnicas mĂ©dicas, pĂșblicas e privadas. De acordo com o texto, de autoria do vereador Charlles Evangelista (PP), serĂŁo permitidos 120 minutos de estacionamento gratuito para o embarque ou desembarque de pacientes em situaçÔes de atendimento de urgĂȘncia e emergĂȘncia. O projeto indica ainda que hospitais, centros de saĂșde, clĂnicas mĂ©dicas e congĂȘneres deverĂŁo fornecer comprovante do atendimento aos usuĂĄrios para que tenham direito Ă gratuidade. Caso seja ultrapassado o limite do tempo, serĂĄ permitida a cobrança do uso do estacionamento. Na Ășltima terça-feira (4), antes de entrar em votação, a proposição recebeu pedido de vista do vereador JĂșlio Obama Jr. (PHS), sob a justificativa de necessidade de avaliação do texto. Contudo, ele considerou que a proposta Ă© importante para a população de Juiz de Fora.
Conforme o projeto, as instituiçÔes deverĂŁo divulgar para seus usuĂĄrios, em locais visĂveis e de fĂĄcil acesso, o que dispĂ”e o projeto e, caso haja o nĂŁo cumprimento da regra, o Poder PĂșblico poderĂĄ aplicar sançÔes contra o infrator, como multa no valor de R$ 1 mil e, em caso de reincidĂȘncia, caberĂĄ a aplicação do dobro deste valor, alĂ©m de cassação do alvarĂĄ de funcionamento.
O intuito Ă© garantir amparo aos pacientes que utilizam o espaço em um momento de aflição. “Venho recebendo reclamaçÔes de usuĂĄrios, pois sĂŁo comuns situaçÔes nas quais a pessoa passa mal, hĂĄ um momento de urgĂȘncia, e um vizinho, para socorrer, usa seu veĂculo para levar o paciente. Muitas vezes, devido Ă correria, ocorre uma situação embaraçosa na hora de pagar a cobrança do estacionamento. O projeto visa a dar tempo para que o paciente seja instalado no hospital, jĂĄ que ele nĂŁo tem responsabilidade pela burocracia da instituição e acaba pagando pela demora desse trĂąmite”, afirma Evangelista.
A direção regional do Sindicato dos Hospitais de Minas Gerais disse que irĂĄ se manifestar sobre a proposta sĂł depois que for sancionada pelo Executivo. Para o secretĂĄrio executivo do Conselho Municipal de SaĂșde, Jorge Ramos, a entidade da qual faz parte pode contribuir para a discussĂŁo do projeto. Todavia, nĂŁo foi acionada pelo autor do texto. “Reconhecemos que essa Ă© uma competĂȘncia do legislador e que cabe ao Executivo sancionĂĄ-lo ou nĂŁo. PorĂ©m o conselho, considerando que Ă© um representante da população, alĂ©m de deliberar sobre as polĂticas de saĂșde, pode contribuir (com o debate)”, afirma o conselheiro.
O projeto de lei foi protocolado em fevereiro deste ano e, na primeira vez que foi Ă votação, recebeu pedido de vista por parte dos vereadores JosĂ© Fiorilo (PTC). Em seguida, Vagner Oliveira (PSC) e AntĂŽnio Aguiar (PMDB) tambĂ©m solicitaram vistas ao texto. Proposta semelhante chegou a ser aprovada em 2015, mas nĂŁo foi sancionada pelo Executivo. Na Ă©poca, o prefeito Bruno Siqueira (PMDB) vetou integralmente o projeto de lei. O veto foi justificado pelo fato de o projeto abranger tanto instituiçÔes pĂșblicas quanto privadas o que representaria uma “intervenção na propriedade e, consequentemente, no campo do Direito Civil. Tal caracterĂstica Ă© vista como inconstitucional pelo MunicĂpio.