Servidores da Segurança Pública reivindicam reajustes e pagamentos em dia
Protesto reuniu grupo formado por policiais civis e militares, agentes penitenciários, socioeducativos e bombeiros
Servidores das forças de segurança se reuniram em manifestação contra uma série de atos do Governo de Minas Gerais na tarde desta quarta-feira (4). Formado por policiais militares, civis, agentes penitenciários, socioeducativos e bombeiros, o grupo de mobilização independente acompanha a cobrança de uma série de pautas do comando em Belo Horizonte e levou para o Parque Halfeld as principais reivindicações das categorias. Entre elas, o atraso no pagamento das parcelas dos salários, escalonados desde o ano passado, e o pedido de recomposição salarial diante das perdas inflacionárias de 2015 até agora.
“Chegou a hora de o governador mostrar competência e começar a administrar e governar o Estado. Chega de incompetência na Secretaria da Fazenda. No pagamento de agosto, tivemos uma falha no sistema. Alguns companheiros teriam que receber nos dias 11 e depois no dia 20, mas só foram receber no dia 28. Esse é um exemplo da falta de controle e de planejamento”, comenta o diretor regional do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais (Sindpol/MG), Marcelo Armstrong. Durante a ação, os servidores puderam tomar a palavra e reivindicaram o pagamento no 5º dia útil, a nomeação de concursados que aguardam a chamada e reforçaram o pagamento das perdas. “Esperamos que o Governo cumpra com os compromissos para que tenhamos dignidade, valorização e modernização das instituições de segurança pública”, reforça Armstrong. O grupo levou faixas e fechou o tráfego nas três pistas da Avenida Rio Branco por cerca de dez minutos, para chamar a atenção da população para o protesto.
O coordenador do grupo de mobilização independente, Cláudio Corrêa, frisou que a situação foi agravada nesse mês de outubro, porque a tabela de pagamento foi divulgada há poucos dias. “Temos nossos compromissos, nossas famílias e não podemos mais ficar reféns dessa situação. Está insuportável, embora não tenhamos a divulgação dos dados para não provocar mais casos, o índice de trabalhadores das forças de segurança que se suicidam é alto.” Ainda de acordo com Corrêa, há a cobrança de que o Estado prove para onde vão os recursos. “Todo dinheiro que cai na conta do Estado some. O Governo faz isso com o funcionalismo na Saúde, Educação, Segurança e com a Fazenda. A Assembleia e o Ministério Público receberam reajustes normalmente, mas para todos nós, nem dinheiro, nem satisfação.”
Durante as falas, os atores da segurança pública reiteraram a importância da luta, para que Minas Gerais não chegue à situação de outros estados, como o Rio de Janeiro, que, segundo eles, registrou mais de 102 mortes de policiais. Eles ressaltaram o sucateamento das instituições e a necessidade de a população estar atenta e cobrar melhorias. “Nosso sistema está muito sobrecarregado, é uma bomba-relógio prestes a explodir. Faltam servidores, equipamentos, estrutura, e a população carcerária só aumenta. O servidor está adoecendo com tanta pressão. Não queremos assustar as pessoas. Só queremos que elas fiquem atentas às situações. Não podemos dar nenhum passo atrás”, disse o assessor de assuntos prisionais Luciano Lins.