Juiz-forano desponta como promessa do vôlei nacional
Conheça a trajetória de Felipe Roque, 20 anos, revelado nas equipes de base da cidade e que se consolida na saída de rede do Minas e coleciona convocações na Seleção Sub-23
Há quem bata o martelo: Felipe Moreira Roque será mais um juiz-forano a fazer bonito no voleibol nacional, quiçá mundial, assim como os conterrâneos Giovane Gávio e Márcia Fu. Certo é que o atleta local de apenas 20 anos se consolida cada vez mais na saída de rede do Minas Tênis Clube e coleciona convocações para as equipes de base da Seleção Brasileira. À Tribuna, o canhoto escolhido a revelação do Campeonato Mineiro adulto pela Federação Mineira de Vôlei (FMV), relembrou suas primeiras vitórias sobre os bloqueios em Juiz de Fora, desde 2012.
“Comecei em uma peneira que teve no Clube Bom Pastor, bem no começo do projeto com a UFJF. Meu início foi com o professor Ruan (Nogueira), depois o Didi (Marcus Vinícius), quando passamos a ir mais em campeonatos. Passei a me revelar mesmo com o André (Silva), em 2014, quando fomos para a Copa Cidade Maravilhosa, em que acabei convocado para a Seleção Mineira. Treinei o ano inteiro com o André e consegui subir e treinar com o time adulto, o que me ajudou muito na época. Era um sonho”, relembra Felipe.
O jovem supriu, na época (temporada 2014/2015), a necessidade de um oposto reserva na UFJF quando Alemão sofreu lesão. Impulsionado pela oportunidade, seu crescimento, técnico e de estatura, impressiona quem o acompanha. De pouco mais de 1,90m, Felipe hoje chegou a 2,12m de altura, com incríveis 3,65m de alcance. No Minas, ele terminou a última Superliga entre os 20 maiores pontuadores, com 250 tentos, mesmo com poucas atuações na fase inicial do evento. Para 2017/2018, a tendência é que sua importância aumente ainda mais entre os titulares do Minas, também com a experiência de eventos internacionais pela Seleção sub-23, comandada pelo juiz-forano Giovane Gávio.
“Tem sido a realização de um sonho jogar a Superliga! É uma experiência incrível. Na temporada anterior comecei como titular no último jogo do primeiro turno e continuei até o término da temporada. Tento aproveitar ao máximo as oportunidades que aparecem porque assim consigo mostrar o tanto que trabalho. Quero ganhar uma constância, não oscilar muito entre os jogos e ter um padrão de jogo. O resto é consequência”, conta.
De central a oposto que faz a diferença
Felipe não atuou sempre como oposto e teve desenvolvimento que surpreende seus técnicos. O jovem começou como central, até uma sugestão do técnico André Silva, que também lembrou a convivência com o atleta. “O Felipe era do mesmo nível dos companheiros. Mas ele tinha uma vontade a mais. Brigava quando atrapalhavam ele a ouvir alguma explicação minha. Só que jamais pensaria que cresceria tanto! Foi muito rápido. Ele atuava como central, mas começou a jogar de oposto, falei para aproveitar que era canhoto e aceitou prontamente. A cada papo que tínhamos, ele ficava mais entusiasmado e treinava mais”, recorda.
Com o destaque veio o interesse do Minas. O diretor técnico da antiga UFJF, Maurício Bara, participou ativamente da decisão. “Foi um processo muito natural. Quando saiu, já tinha sido convocado para a Seleção Brasileira Infanto-juvenil e treinava com o adulto em certos momentos. Mas foi muito legal porque sentei com o Felipe e seu pai para discutir, e era o momento de transição. Como não sabíamos se jogaríamos a Superliga, conversando de maneira muito aberta. Foi a melhor decisão naquele momento. Hoje talvez não seria, mas naquele momento foi. Tudo isso pesou para ele. Mas não saiu para uma aventura, como vários fazem. E temos combatido isso em nossa base”, relata.
A relação segue próxima, tanto que Maurício revelou ter buscado o empréstimo do juiz-forano em 2015/2016, impossibilitado em função de uma lesão de Felipe. O vínculo, aliás, é profundo com a cidade. “Tudo o que conquistei devo ao meu início. Se não fosse o projeto e os profissionais que acreditaram em mim, não estaria aqui hoje”, agradece o oposto.