Mesmo com garantia de mando, JF Vôlei pode decidir acesso longe de Juiz de Fora
Com vantagem assegurada de atuar em casa até a semifinal da Superliga B, diretoria prioriza concentração do grupo e vê com pessimismo chance de jogar na cidade após negativas
No último sábado, o JF Vôlei, líder da Superliga B, venceu seu sexto jogo na competição, desta vez diante do segundo colocado, o Anápolis, no tie break (20/25, 25/23, 22/25, 25/18 e 15/13). O triunfo garantiu o time juiz-forano, no mínimo, na segunda posição da tabela nesta fase classificatória, o que assegura que a equipe não apenas poderá decidir as quartas de final em casa, como também a vaga na elite do voleibol nacional, caso avance às semifinais. No entanto, as partidas mais importantes do projeto nos últimos anos podem não ser realizadas em Juiz de Fora, mas sim, como tem ocorrido na primeira fase da competição, seguirem em Contagem, no Ginásio do Riacho.
Esta, aliás, é a atual primeira opção da cúpula pelo contexto vivenciado, como foi confirmado à Tribuna pelo diretor técnico Maurício Bara, mesmo admitindo, por exemplo, ter diagnosticado um desgaste no grupo por conta do excessivo número de viagens não apenas para os duelos como visitante, como também até Contagem, município distante cerca de 270 quilômetros de JF.
“A gente está esperando um pouco. Foi tudo muito produtivo, vencemos as três em casa, já que o primeiro jogo teve o mando levado pra Goiânia, e nos acomodamos muito bem em Contagem. Mas ainda dependemos da tabela dos playoffs do Sada Cruzeiro, que é quem manda os jogos lá. Nossa equipe chegou muito desgastada para esse último confronto, foi notório, mas o pior das viagens já passou. Teremos uma (viagem) mais curta com (o jogo contra) Niterói (próximo sábado, pela última rodada dos pontos corridos) e, se chegarmos às semifinais, serão outras quatro viagens. Então, passamos o pior momento”, contextualiza Bara.
A possibilidade de seguir longe de Juiz de Fora se fortalece por alguns fatores. Casa principal da equipe ao longo da última década, o Ginásio da Faefid é praticamente descartado. À Tribuna, no início da Superliga B, a UFJF reiterou que o Comitê de Monitoramento e Orientação de Condutas sobre o Novo Coronavírus (SarsCov-2) entende que o campus não pode ser aberto para receber as partidas, mesmo que sem público, por não serem consideradas como serviço essencial, situação emergencial ou de combate à pandemia, possibilidades que permitiriam a utilização da estrutura. Além disso, outros locais, como o Ginásio do Tupynambás, precisam de uma remontagem de quadra que não é simples.
“Acho difícil jogar na Universidade, entendi a posição deles. E todo o material, como os prismas de quadra, eu trazia do Mackenzie de Belo Horizonte, mas agora eles pediram pra liberar para Anápolis. Então já não temos. Há esse desgaste de remontar toda uma estrutura de quadra aqui em Juiz de Fora, já tomamos negativas. Enfim, vamos esperar sair o calendário. A primeira situação é Contagem porque não vejo caminho de uma possível abertura aqui, infelizmente. Se houver, vamos estudar, como temos feito com a Federação Mineira. Não vou garantir aqui na cidade, porque não é simplesmente jogar ou não jogar. Se minha decisão fosse hoje, tentaria em Contagem”, garante Bara.
Outro fator preponderante é a ausência de torcida, o que ocorre em todos os eventos esportivos por conta da pandemia. “Claro que se houvesse público, meu pensamento seria completamente diferente pelo carinho e respeito à torcida.”
‘A prioridade é a concentração dos atletas
Entre todos os fatores, contudo, Bara enfatizou que o mais importante é resguardar e intensificar ao máximo o foco dos jogadores no objetivo final. “Qualquer decisão tomada levará como prioridade a concentração dos atletas. Buscamos gerar o mínimo de distração possível para a equipe. Nosso único pensamento são as finais do campeonato, passar pelas quartas para buscar o acesso. Se sentirmos que o time seguirá mais concentrado em Contagem, permaneceremos lá. Queremos ficar longe de qualquer polêmica. Se vem jogo de futebol para JF ou o que for, fazem o que quiserem, mas o JF Vôlei seguirá trabalhando exclusivamente para subir”, relata.
Com inscrições fechadas, não há possibilidade de novos reforços, o que também não foi buscado pela comissão, conforme Bara. “Temos que dar força total para quem está no time agora. Essa campanha tem sido encarada com muita serenidade porque nos preparamos para ganhar também. Tínhamos certeza de que poderíamos nos destacar, competir com todas as equipes.”
A necessidade de elevar a concentração se dá pelo fato de o JF Vôlei enxergar o mata-mata da Superliga B como um novo campeonato. “Temos recebido notícias de reforços que chegaram em outras equipes e sabíamos que vários resultados poderiam ter sido diferentes por detalhes, inclusive no último jogo, por exemplo. A equipe está criando uma autoconfiança importante, mas longe de virar soberba. Precisamos de tranquilidade para treinar, entendendo que ainda temos um caminho de evolução pela frente.
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