Daniel Alves ‘crê na Justiça’ e nega risco de fuga ao pedir liberdade provisória na Espanha

Advogados do jogador pedem que o brasileiro tenha liberdade até que as contestações sobre o julgamento sejam analisadas em todas as instâncias possíveis


Por Davi Sampaio

19/03/2024 às 13h34

O ex-jogador da Seleção Brasileira, Daniel Alves, passou por audiência, nesta terça-feira, para análise de sua liberação provisória. O Tribunal de Barcelona avalia o pedido da defesa do jogador, condenado a quatro anos e meio por agressão sexual a uma mulher em uma discoteca na Espanha. A decisão pode sair a qualquer momento.

O Ministério Público da Espanha contestou o pedido feito pela defesa. O argumento é de que há risco de fuga, dado que Daniel Alves tem uma pena grande e capacidade financeira de bancar uma saída do país.

Os advogados do jogador pedem que o brasileiro tenha liberdade até que as contestações sobre o julgamento sejam analisadas em todas as instâncias possíveis. Se for deferido o recurso, o lateral pode ser solto, mas isso não significa que foi absolvido Ele apenas terá liberdade para aguardar as análises do processo em instâncias superiores àquela em que ele foi condenado.

Daniel Alves
Daniel Alves está preso desde o dia 20 de janeiro (Foto: Reprodução Instagram)

A defesa propôs medidas que garantiriam a permanência do brasileiro no país, como o depósito de 50 mil euros (R$ 273 mil) e a retenção do passaporte do atleta. Cabe agora à 21ª seção do Tribunal de Barcelona a análise e definição sobre o pedido.

Não há prazo exato para isso, e o resultado pode sair a qualquer momento. No final da audiência desta terça-feira, Daniel Alves interveio. “Creio na Justiça. Não vou fugir”, disse o brasileiro, que também alegou que quer “ir até o fim” no caso.

A audiência foi feita em videoconferência com todas as partes do processo. Daniel Alves participou diretamente da prisão de Brians 2, em Barcelona. Ele está preso desde janeiro de 2023. O julgamento foi em fevereiro deste ano. Após a condenação, a defesa do jogador solicitou a soltura até haver sentença definitiva. Ele está prestes a cumprir um quarto da pena, o que lhe permitiria começar a solicitar autorização a progressão de regime.

Em paralelo, o Superior Tribunal da Justiça da Catalunha (STJC) avalia dois recursos. Um do Ministério Público, que pede uma punição maior, de nove anos de prisão, para Daniel Alves. O argumento é de que há risco de fuga do jogador, mesmo depois de cumprido o tempo de prisão.

Após o período em cárcere, Daniel Alves também tem mais cinco anos de liberdade vigiada e quase dez anos de manutenção de distância da vítima. A defesa espera absolvê-lo no STJC. Caso isso não aconteça, ainda há como recorrer no Tribunal Supremo de Madri, órgão máximo da Justiça espanhola. O mesmo rito processual vale para a acusação do Ministério Público.

Durante todo o processo, advogados tentaram que o brasileiro respondesse ao caso em liberdade. Daniel tem casa em Barcelona, onde mora sua mulher, Joana Sanz. Ele também levou a mãe de seus filhos e os próprios filhos para morar na cidade com a intenção de convencer a Justiça de que não fugiria. Mas nenhum desses pedidos foram aceitos.

Antes do julgamento, a acusação pedia condenação de 12 anos. O Ministério Público, nove. Mas era esperado, no máximo, seis anos de reclusão. Um pagamento da defesa à Justiça, ainda no início do processo, para uma indenização de 150 mil euros (cerca de R$ 800 mil) à jovem vítima do crime é motivo de abatimento da sentença. Daniel Alves recebeu o valor para pagar a multa na Justiça de Neymar da Silva Santos, pai do jogador da seleção brasileira e do Al-Hilal.

Ao longo do período detido, Daniel Alves apresentou cinco versões diferentes sobre o caso, trocou de defesa e teve seis pedidos de liberdade provisória negados, com a Justiça citando risco de fuga.

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.