Juiz-foranas defendem a Seleção Brasileira e disputam Mundial e Pan-Americano
Danielly Vitória, 14 anos, vai ao Egito, e Luiza Bicalho, 17, viaja para a Costa Rica atrás de medalhas
Diferentes caminhos, mesma determinação. A dupla juiz-forana Danielly Vitória Nertyz, 14 anos, e Luiza Bicalho, 17, defendem a Seleção Brasileira de Taekwondo em suas categorias nos próximos dias, quando disputam duas competições no exterior. Dani deixa sua cidade neste domingo (20), rumo ao Egito, onde defende a amarelinha no Campeonato Mundial de Taekwondo, na categoria cadete. Já Luiza tem como destino a Costa Rica, com viagem programada para o último sábado do mês (26) rumo ao Pan-Americano juvenil da modalidade.
As vagas foram conquistadas após Grand Slam disputado em abril deste ano, no Rio de Janeiro (RJ). A competição serviu de seletiva para vaga na equipe brasileira. Luiza foi campeã e Dani prata, garantindo o passaporte para a convocação. A oportunidade das meninas que treinam na MM Academia, do Bairro Benfica, na Zona Norte de Juiz de Fora, foi festejada pelas jovens atletas, que já possuem títulos nacionais no currículo.
“O Mundial é o campeonato mais importante do Taekwondo depois da Olimpíada. Só de estar indo já fico muito feliz, porque significa que estou entre a melhores do mundo! Mas é claro que vou me esforçar ao máximo para conquistar um grande resultado lá. Tenho objetivo de trazer medalha, mas estou muito satisfeita apenas por ir, até pela minha idade. Não esperava ir ao Mundial com apenas 14 anos”, conta Dani.
Preparação intensa
Luiza intensificou sua preparação este mês, quando já está participando de camping com os companheiros de Seleção Brasileira em sua categoria, na cidade de Santos (SP). “Venho me preparando muito para a competição. Primeiro foquei um mês na preparação física e depois aumentei a quantidade de treinos diários até esse camping para melhorar meu taekwondo”, conta.
Quatro anos mais velha que sua companheira de equipe na Princesa de Minas, Luiza já acumula experiência em Mundial e, por conhecer a exigência técnica desta competição e ser titular da Seleção Brasileira, se sente confortável ao admitir seu favoritismo em uma disputa com menor número de adversárias, no Pan-Americano.
“Espero trazer uma medalha porque é um campeonato mais tranquilo que o Mundial. Treinei bastante para isso. No Mundial há atletas de vários países. Já o Pan tem metade do número de atletas. Acredito que sou favorita, sim. Sou tranquila com isso porque já competi uma prova internacional”, opina Luiza, cheia de personalidade.
Foco dividido
Dani não imaginava que sua participação no Mundial teria tantos obstáculos além das lutas. Após a vaga, ela teve que dividir sua atenção entre treinamentos, estudo e captação de recursos para conseguir viajar, já que os custos são todos arcados pelos próprios atletas. Só nas últimas semanas, com a verba arrecadada, ela conseguiu se preocupar exclusivamente com o evento.
“Tive dificuldades para conseguir a verba para viajar porque é tudo por conta do atleta. Consegui o valor há pouco tempo e fiquei até mais aliviada. Me custou tempo buscar patrocínio. Poderia estar treinando, mas agora consegui focar nos treinos e estou tentando compensar”, conta Dani, que viaja para Guarulhos (SP) no domingo (21) e, no dia seguinte, vai para o Egito.