Uma turma formada por lutadores de Juiz de Fora, Belo Horizonte, Ritápolis, Ubá, Conselheiro Lafaiete e Governador Valadares vai invadir hoje Matias Barbosa. A cidade, que fica a 20km da Princesa de Minas, será sede da Copa Thom Harinck de Muay Thai e Boxe.

Estão no programa dez combates (veja arte), sendo nove lutas de muay thai e uma de boxe. Os confrontos acontecem no Matias Várzea Clube, na Avenida Cardoso Saraiva 418, no Centro de Matias Barbosa, a partir das 14h. As entradas para assistir à competição custam R$ 20 e podem ser adquiridas no local das disputas.

Segundo o organizador dos combates, mestre Carlos Silva, treinador da academia juiz-forana Tiger Gym, no Santos Anjos, a formação dos confrontos privilegiou o espetáculo. Selecionamos atletas que têm experiência em lutas e são conhecidamente pegadores. Procuramos privilegiar o nocaute nesse card e esperamos ter muitos. O nível técnico das disputas será bastante alto, prevê.

A única lamentação de Silva é a falta de apoio aos eventos de luta que realiza em Juiz de Fora. Por isso, mudou a Copa Thom Harinck de cidade. Quando pensamos em fazer algo aqui, já se calcula um custo de, no mínimo, R$ 3 mil. Em Matias, tenho custos muito menores, quase tudo de graça, conta Silva, que pretende realizar uma competição por mês no município vizinho.

Lutando em casa, o matiense Gustavo Carvalho, 21 anos, faz o último combate da noite, contra Yuri Resende, de Ritápolis. O local está ansioso por retornar ao ringue diante de seus conterrâneos. Lutei uma vez em Matias, quando venci por nocaute o Rafael Croc, de Rodeiro, em outubro de 2010. Foi difícil, as pernas bambearam um pouco. Acredito que, desta vez, estou mais acostumado, mas a ansiedade bate, não tem jeito. Lutar em casa aumenta sempre a responsabilidade, acredita Carvalho.

Homenagem

A competição de hoje é uma forma de homenagear o criador do estilo Chakuriki, método de ensino de artes marciais de Carlos Silva, o holandês Thom Harinck. Ele foi o criador dessa escola de lutas. Ela não é apenas de muay thai, serve para todas as lutas de pé, como karatê, boxe e savate também. Combina elementos de vários deles, explica Silva.

Dentro do contexto de desenvolvimento através do estilo Chakuriki, o mestre juiz-forano acaba de assumir o treinamento de um dos mais famosos boxeadores do país. O barbacenense Ivan O Terrível Rosa, peso-pesado de 46 anos, dono dos cinturões regional, mineiro, brasileiro e sul-americano em sua categoria, passou a treinar com Silva no início de 2011 e planeja colocar seus títulos em jogo no meio do ano. Ele já vinha observando nosso trabalho há algum tempo. Então, há alguns meses, me procurou e aceitei treiná-lo. Ele é um boxeador com muita experiência, tem o boxe pronto. Dentro da filosofia Chakuriki, vamos trabalhar um aprimoramento, diferenças pequenas, como, por exemplo, o excesso de esquiva. Pretendo fazer ele, dentro de nosso estilo, andar para a frente e bater no ringue todo o tempo da luta. Nossa ideia é ele colocar esses títulos em jogo em junho ou julho, planeja Silva.

Outra nova empreitada do mestre local nas artes marciais envolve o karatê. Estamos iniciando a formação de uma turma de karatê de contato com base no Chakuriki. É um estilo sem formas, só com o combate mesmo. Já temos cerca de 30 alunos, e a tendência é crescer. Já estou em contato com as entidades da arte marcial para inscrevê-los no Brasileiro de Karatê Kyokushin, a vertente da luta que abriga esse estilo de contato, explica Carlos.