Juiz-forano busca ouro no Abu Dhabi Grand Slam de Jiu-jítsu
Ramon Medeiros é o atual vice-campeão no peso leve na competição, uma das principais da América do Sul
Não importa o adversário, o mestre Ramon Medeiros, 32 anos, busca, neste fim de semana, o lugar mais alto do pódio na disputa do Abu Dhabi Grand Slam de Jiu-jítsu, etapa de circuito mundial da modalidade organizada pela Federação Brasileira de Jiu-jítsu (FBJJ) e pela Federação de Jiu-jítsu dos Emirados Árabes Unidos (UAEJJF) na Arena Carioca 1, no Parque Olímpico da Barra da Tijuca (RJ). O faixa preta local, da RM Team, é o atual vice-campeão desta etapa nos pesos leve (até 77kg), e terá pela frente a concorrência de quase 40 lutadores no sábado (11), quando começa a competir, e no domingo (12), caso vá às finais.
“Acho que estou nas cabeças. Tem 39 pessoas na minha categoria, mas só cerca de dez possuem chances de pódio. Estes são mais aguerridos e favoritos. Mas busco o primeiro lugar. Ano passado fui segundo colocado e sei que será muito difícil. Ao mesmo tempo, poderá ser muito legal vencer no Rio de Janeiro, porque parece que a cidade é o berço mundial da arte marcial. De lá são os caras mais ‘cascas-grossas’, preparados mundialmente falando”, relata Ramon.
O resultado é de vital importância nas pretensões de carreira do atleta, que também é professor de jiu-jítsu. “Além de estar dando um passo à frente no meu sonho, que é ser o melhor do mundo, acho que é muito gratificante e orgulha meus alunos. Mostra como é colher os frutos de todo o esforço”, conta. Com conquistas expressivas, como o tetracampeonato brasileiro e mundial de 2013 a 2017, em eventos tanto da Confederação Brasileira de Jiu-jítsu (CBJJ), quanto da Confederação Brasileira de Jiu-jítsu Esportivo (CBJJE), Ramon acaba de conquistar duas medalhas de ouro e outras duas de bronze em Londres, na Inglaterra, no London Fall Internacional Open 2017 nas modalidades com e sem quimono.
“Tive os títulos internacionais em Londres e agora vou atrás de outro muito importante, porque é o campeonato considerado mais difícil e competitivo do país”, reitera. Para se tornar o melhor do mundo, contudo, as dificuldades ultrapassam o âmbito desportivo. “Tenho que ir bem em algumas competições, como essa Abu Dhabi, mas o problema maior é a falta de patrocínio, de apoio. Como um atleta pode ser campeão mundial na Califórnia, ou em Abu Dhabi, se não tem condições de ir até lá? Esse é meu objetivo, conseguir esses recursos para lutar e ser o melhor do mundo.” A etapa carioca deverá ter transmissão do canal Combate e possui premiação total de R$ 125 mil.
O menino ‘agitado’ na infância virou mestre e faixa preta
Ramon vive do jiu-jítsu. Formado em Educação Física pela Universo, em Juiz de Fora, o professor e lutador está na arte marcial há 17 anos. “Acho que sempre tive um talento, que os outros me disseram, e aproveitei essa oportunidade e fiz isso da minha vida. Desde quando entrei tenho como meta ser professor, e as coisas foram acontecendo e me jogando para o mesmo caminho”, opina o peso leve, recentemente graduado como faixa preta.
“Minha mãe sentiu que desde pequeno eu era um menino bem agitado e ela quis canalizar essa agitação para a arte marcial, que dá disciplina e respeito. Passei por outras antes de chegar no Jiu-jítsu, mas essa arte foi a qual mais me identifiquei. Desde quando entrei sempre fui treinado pelo mesmo mestre, o Ricardo Marques, e tive bons resultados até chegar na faixa preta, em 2013. A partir disso intensifiquei mais meus treinos e hoje sou 100% dedicado ao esporte.”