O alojamento do Tupi em que 29 adolescentes permaneciam em tempo integral foi interditado parcialmente nessa sexta-feira (5). A decisão foi informada por meio de comunicado oficial emitido pelo Corpo de Bombeiros, após fiscalização realizada no local, no mesmo dia.
Os bombeiros informaram que a interdição desta sexta ocorreu porque nenhum equipamento de segurança contra incêndio e pânico foi encontrado no local. Há uma saída de emergência, porém, foi verificada uma obstrução na rota de fuga. Além disso, de acordo com os bombeiros, a porta de acesso à descarga tem abertura contrária à rota de fuga, o que poderia causar transtornos no caso de alguma ocorrência.
Também foi verificada a presença de fiação elétrica exposta e em contato com material combustível. Em alguns cômodos, os fios estavam expostos e com isolamento provisório feito com fita crepe ou fita isolante. Equipamentos antigos de ar condicionado também foram encontrados no alojamento.
“Diante da gravidade encontrada e do risco iminente devidamente comprovado, a Guarnição BM, comandada pelo tenente Pereira, interditou parcialmente o alojamento do clube Tupi, ficando os adolescentes sob responsabilidade do vice presidente do clube”, diz o comunicado. Os adolescentes seriam de diversas cidades, segundo os bombeiros.
O texto ainda considera que, apesar de o clube ter o Processo de Segurança Contra Incêndio e Pânico em tramitação junto ao Corpo de Bombeiros, a situação do alojamento era de risco iminente, sendo, portanto, interditado conforme legislação em vigor, a Lei Estadual 14.130/2001 e o Decreto Estadual 44.746/08.
Por meio de nota, a direção do Tupi afirmou que o alojamento tem a capacidade para 35 jogadores e no momento da interdição havia cerca de 28 atletas no local. “Já estamos trabalhando para dar o maior conforto e segurança para os nossos atletas, tanto que já encaminhamos a Prefeitura a documentação necessária, mas tivemos exigências dos bombeiros, o que ocasionou a interdição. Liberamos nossos atletas que já estão sendo remanejados em novas locações e estão tendo todo apoio e atenção. Prezamos sempre pela segurança dos nossos atletas e parabenizamos os bombeiros pela atuação.”
A corporação não informou se há prazo para que o Tupi regularize os problemas encontrados na fiscalização. Ainda conforme o Corpo de Bombeiros, a ação tinha como objetivo fiscalizar clubes de futebol de Juiz de Fora, “com o intuito de saber se nos centros de treinamento dos clubes existiam alojamentos em condições para os atletas pernoitarem ou até mesmo morarem.”
Problemas
O Tupi vem passando por problemas em 2019. Além de ter sido rebaixado após 11 jogos sem vitórias na temporada deste ano, o clube também passa por problemas financeiros. Em outubro do ano passado, levantamento da Tribuna mostrou a existência de 43 ações contra o Tupi, superando R$ 3 milhões por conta de dívidas trabalhistas. Nesta quinta-feira (4), a sede do clube ficou sem luz, levantando suspeitas sobre um possível corte de energia por falta de pagamento. Na ocasião, o clube desmentiu, dizendo tratar-se de “problema no gerador”.