Ultramaratonistas voltam de Piracicaba com títulos e quatro pódios
Vandinho e Simplício são campeões das 12h e 3h, respectivamente. Monte-Mór é quarto geral, e Aldívio é bronze na faixa etária das 12h
Um show de resistência e desempenho. Desta forma é possível resumir os feitos de Gláucio Monte-Mór, Vanderson Luiz de Souza, Aldívio Teixeira e Reinaldo Simplício em provas de ultramaratona do último sábado (29), no Parque da Rua do Porto, em Piracicaba (SP). Com incríveis 123,6km completados, Vanderson foi campeão geral do Desafio das 12h, com Gláucio na quarta colocação após não menos impressionantes 115,2km percorridos. Simplício, no Desafio das 3h, também levou o título com a marca de 39,4km. O estreante em ultramaratonas Aldívio, por sua vez, foi terceiro colocado na faixa etária (50 a 59 anos) com a distância de 74,4km. O quarteto ainda teve o apoio de Cristiano Gomes em todo o evento.
“Eu senti bastante no km 70, mas com uma boa marca em 6h30. Estava bem fadigado pelo sol nesse momento e dos 70km até os 100km precisei muito da força psicológica. Nessa hora falei que tinha que perseverar. Fui para terceiro praticamente na mesma volta dos caras e, quando deu 11h, passei o então líder. Quando virei líder, sabia que a prova era minha. E comecei a me emocionar. Só tinha fera na prova e consegui bater todos com muita paciência. Foi bacana. E ainda consegui colocar mais três voltas em cima do Itamar (segundo colocado). Tive uma média geral de ritmo de 5min47s por km”, descreve Vandinho, 45 anos, militar do Exército e novo campeão geral do Desafio 12h de Piracicaba.
O resultado pessoal também foi comemorado por Gláucio, 40. “Entrei na prova com o objetivo de fazer a minha melhor distância, que era de 110km, com o sonho dos 120km. Sabia que seria muito difícil, mas não impossível. Consegui os 115,2km e pretendo um dia voltar a uma ultra de 12h para superar essa marca. Comecei a prova bem, em um ritmo um pouco mais forte para ganhar distância no início porque depois vem o cansaço, algo que aprendi com o tempo. Depois de 40km quase todos estavam andando, alguns corriam mais devagar e ali dava para ver quem tinha mais resistência. Não ventava, o que foi minando os atletas. Ao longo de seis, oito horas de prova, voltei para ela. Tive a estratégia, no cansaço, de parar menos, mas sempre estar correndo ou caminhando. E quando deu 9h de prova comecei a rodar mais forte e subi do sétimo para a quarta posição. Tinha mais de três anos que não disputava uma prova acima de 100km, então fiquei muito satisfeito.”
Inesquecível
Para Simplício, o título nas 3h jamais será esquecido, após ajudar os três companheiros e, no fim, virar atleta e ser campeão. “Foram várias emoções que jamais tinha vivenciado. Vai ficar para a história porque fui de torcedor a corredor. Não tenho como descrever o que é receber de volta os aplausos após todo o apoio que eu e o Cristiano demos ao Gláucio, Vandinho e Aldívio. Com toda a sinceridade, nunca vivi algo parecido em qualquer corrida. Não foi fácil, no final acabei quebrando, mas o que me sustentou na primeira colocação foi essa retribuição que tive da galera durante as primeiras 9h de prova”, relembra.
Já Aldívio, 53, não apenas se lembrará da primeira vez, como da performance acima das expectativas. “Meu objetivo, que era de 60km a 70km, foi superado. Foi um dia de superação e vou tentar, em uma próxima, fazer uma maratona de 24 horas. Treinar mais para isso e ir fazendo cada vez mais. Não vamos parar. Um dia não terei condições de correr grandes distâncias, mas não é hoje. Para a minha primeira experiência, está excelente, assim como o terceiro lugar na faixa etária.”
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