Black Friday 2021 deve movimentar mais de R$ 377 milhões em Minas Gerais

CDL acredita que, em Juiz de Fora, data deve ser a maior da história, mas faturamento ainda deve ser impactado pela inflação


Por Ester Vallim, estagiária sob supervisão da editora Fabíola Costa

25/11/2021 às 20h22- Atualizada 26/11/2021 às 11h10

A Black Friday de 2021, tradicionalmente realizada na última sexta-feira do mês de novembro, deve resultar no maior faturamento desde que chegou ao Brasil, em 2010. A projeção, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), é que a data movimente R$ 3,93 bilhões no país. Só em Minas Gerais, a cifra deve superar a marca de R$ 377 milhões. Segundo a Câmara dos Dirigentes Lojistas em Juiz de Fora (CDL), a perspectiva é que a Black Friday no município seja a maior da história, superando as vendas verificadas em 2019, antes da pandemia. Ainda de acordo com a CNC, as vendas on-line e presenciais no Brasil devem crescer 3,8% em relação ao ano passado, mas diante dos efeitos da inflação, a data deve ter recuo de 6,5% no faturamento, pela primeira vez desde 2016.

Diante da expectativa de aumento nas vendas, os comerciantes aderiram à decoração chamativa para captar os clientes e prometem descontos atrativos. Para conseguir fechar um bom negócio, além de ficar de olho nas etiquetas, também vale ficar atento à forma de pagamento e tentar negociar, já que pagar no Pix ou no dinheiro, por exemplo, pode reduzir ainda mais o valor da compra. Na loja de moda Plus Size Ana Flor, no Centro de Juiz de Fora, os descontos nas peças variam de 20% a 30%, mas se o pagamento for feito em dinheiro, o cliente pode ter mais 10% de redução.

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Descontos nas peças de roupa podem ser ainda maior, dependendo da forma de pagamento. (Foto: Leonardo Costa)

“Tudo depende da forma de pagamento. Se a pessoa quiser levar, por exemplo, muitas peças, nós conseguimos dividir em mais vezes, ou damos desconto se for à vista. Tudo é conversado. Como é uma loja pequena, a gente consegue ter esse diálogo e oferecer mais opções para o consumidor”, afirma a gerente Priscila de Souza.

O movimento observado na loja foi intenso desde o início da semana, mas é nesta sexta-feira que espera-se maior procura. “No ano passado, por exemplo, sexta e sábado foi o auge das vendas. Estamos com promoção desde segunda-feira e percebemos que, gradualmente, o movimento vai crescendo. Eu creio que esse ano vai ser melhor, possivelmente vai superar 2019, porque as pessoas querem muito comprar. Todo mundo estava em casa, por causa da pandemia, e como muita gente não estava vindo para a rua, agora os consumidores estão querendo voltar e comprar mais”, completa Priscila.

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Os eletrônicos, como os aparelhos de televisão, são um dos itens mais desejados, com 52% da preferência de quem vai adquirir na data (Foto: Leonardo Costa)

Na loja de sapatos Carmen Steffens, também no Centro, a aposta é em desconto fixo de 50% em todo o estoque. A gerente Gleiciane Magalhães explica que as promoções começaram antes desta sexta e vão continuar até domingo. Grande parte do movimento é de clientes que estão se antecipando com as compras de Natal. “Estamos percebendo que o movimento está bem intenso, o pessoal já está em clima de Natal, com as ruas bem cheias. Estamos tendo muita procura por presentes para o fim de ano.”

Com o aumento da procura antecipada, a expectativa é que as vendas superem as dos anos anteriores. “Queremos vender mais que em 2019, e eu acredito que vamos conseguir, porque o pessoal já está procurando muito antes da data. Também estamos saindo de uma pandemia, então as pessoas querem comprar mais.”

Maior Black Friday da história

A previsão de superar as vendas dos anos anteriores também é uma aposta da CDL, em Juiz de Fora. Segundo o presidente Marcos Casarin, a Black Friday deste ano deve ser a maior da história, principalmente porque os descontos não têm se concentrado apenas na sexta-feira. “Cada ano a data está crescendo mais, então a perspectiva é muito boa. As lojas já estão se preparando desde o dia 15 de novembro, algumas já reduziram os preços desde o início do mês. Antes, era praticamente só um dia de promoção, agora já tem um mês todo, isso alavanca bem as vendas.”

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Descontos fixos também são uma aposta para atrair os clientes. (Foto: Leonardo Costa)

Apesar da antecipação da busca por presentes de Natal, Casarin aposta que o maior volume de compras ainda se concentra nos dias próximos ao Natal. “Mais que o Natal nós não vamos vender, porque ele continua sendo a maior data para o comércio. A confraternização e a troca de presentes é ainda maior. A Black Friday é, provavelmente, a quarta data que mais vende em Juiz de Fora, depois de Natal, Dia das Mães e Dia dos Pais.”

Na rua, em busca de descontos

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Mãe e filha foram às ruas dias antes da Black Friday para aproveitar os descontos antecipados. (Foto: Leonardo Costa)

Os descontos têm agradado quem aproveitou o início da semana para adiantar as compras. Estefany dos Santos Corrêa pesquisou alguns preços no Centro e percebeu que a maioria das lojas estava com promoções vantajosas. “Encontrei produtos com valores muito bons. Eu comprei mais roupas, que era o que eu queria, e elas estão com bastante desconto agora. Vi que tem produto que era R$ 50 e foi para R$ 20, deu uma abaixada boa.”

A mãe dela, Maria de Lourdes Brás, acompanhou a filha nas compras antecipadas, mas vai voltar às ruas nesta sexta para levar para casa uma televisão. “Vou aproveitar que eu recebi e vou comprar uma televisão de 55 polegadas. Em algumas lojas, o valor foi para R$ 1 mil. Antes era R$ 3 mil. Promoção, pra eu levar, tem que ser assim.” A pesquisa de preço também vai ajudar a economizar nos presentes de Natal. “Eu já aproveito e compro presente para os meus netos e amigos, lembrancinhas. A gente tem que andar e olhar os preços. O bom é que dá pra ver na internet também, então a gente usa isso para garantir a economia.”

Quase 150 lojas com descontos nos shoppings

Os shoppings em Juiz de Fora também aderiram às promoções e devem ser responsáveis por atrair grande parte dos clientes. No Independência Shopping, a Black Friday vai até este domingo (28), com mais de 80 lojas participantes, e a promessa de redução em até 80% nos preços. As promoções serão nos setores de vestuário e calçados, beleza e cuidados pessoais, acessórios e alimentação, entre outros.

O Shopping Jardim Norte reúne mais de 60 lojas participantes, que prometem preços reduzidos e condições atrativas aos clientes, com anúncio de até 70% de desconto. Para oferecer maior comodidade nas compras foi desenvolvida uma vitrine virtual, com ofertas e condições das lojas para a Black Friday.

Apoio da Polícia Militar

A Polícia Militar de Juiz de Fora informou que estará realizando o policiamento ostensivo visando a preservar a ordem pública e a prevenção criminal, com atenção especial ao evento da Black Friday.

Procon realiza operação em pontos estratégicos

Para coibir atividades irregulares e garantir a segurança dos consumidores, o Procon JF realiza, durante esta sexta-feira, uma operação em pontos estratégicos da cidade. Durante todo o dia, equipes estarão disponíveis para atender a população através do “Procon móvel”, que ficará posicionado na Rua Halfeld. A gerente do Departamento de Apuração de Práticas Infrativas, Carla Marques, esclarece que o consumidor pode procurar diretamente o órgão caso encontre alguma irregularidade. “É importante que, para registrar uma reclamação, ele tenha alguma prova de que houve descumprimento ou publicidade enganosa. Para isso, ele pode printar o valor do produto, se a compra for on-line, ou guardar o encarte que possui a oferta. O consumidor também pode fazer uma denúncia, e uma equipe do Procon irá até o local para apurar eventual prática abusiva.”

Equipes de fiscalização também vão realizar visitas a estabelecimentos comerciais para verificar os preços que estão sendo praticados. Além do trabalho no dia da Black Friday, a atuação também é feita antes da data e continua após o dia de promoções. “Com dois ou três meses de antecedência, o Procon começa a fazer pesquisa de preço daqueles produtos que são mais comercializados, como geladeira, fogão, televisão e eletrodomésticos. O monitoramento é feito no sentido de apurar, posteriormente, se houve efetivamente a prática do desconto que é ofertado. No dia da Black Friday em si, a gente presta auxílio à população e visita diversos estabelecimentos comerciais para conferir qual é o preço na data e qual é a publicidade que está sendo praticada.”

Em um terceiro momento, o Procon solicita as notas fiscais dos produtos comercializados para fazer a conferência documental e confirmar se houve publicidade enganosa ao consumidor e falsos descontos ou se, de fato, o fornecedor ofertou produto abaixo do preço de mercado.

Sedecon também oferece orientação

O Serviço de Atendimento ao Consumidor (Sedecon) da Câmara Municipal realiza uma ação durante todo o dia para orientar e esclarecer os cidadãos sobre os riscos e os golpes que podem ocorrer durante a Black Friday. Os trabalhos serão realizados entre 9h e 17h, em frente à sede do Poder Legislativo, o Palácio Barbosa Lima, no Parque Halfeld. “Diante da crise pós-pandemia, o consumidor precisa pensar duas vezes antes de comprar, principalmente, porque, na virada do ano, a pessoa tem vários compromissos, como matrícula e material escolar, e impostos como IPVA e IPTU”, explica o coordenador do Sedecon, Eduardo Schröder.

70% dizem que vão comprar pela internet

São Paulo (AE) – Apesar da insegurança com ataques cibernéticos, sete em cada dez consumidores se mostram dispostos a aproveitar as promoções da Black Friday pela internet, mantendo a proporção registrada em 2020. Os números fazem parte de uma pesquisa da Boa Vista, divulgada nesta quinta (25). Cerca de 57% dos entrevistados disseram que se sentem inseguros em comprar pela web. Três em cada dez disseram que irão aproveitar as promoções em lojas físicas.

Uma das razões da insegurança, segundo a Boa Vista, está no aumento de pessoas que sofreram com fraudes em compras anteriores – são 37% em 2021, contra 27% em 2020. A principal fraude registrada foi o uso indevido do cartão de crédito por terceiros, com 45% das menções, seguido por golpe em casos de compras em sites falsos, com 26%.

Apesar disso, na comparação de 2020 com 2021, caiu de 22% para 12% o número de consumidores que não costumam fazer compras pela web. No entanto, 71% declararam que se sentem inseguros em fornecer dados pessoais (em 2020 eram 53%), e outros 29% dizem não saber identificar se um site é seguro ou não.

Ainda de acordo com o levantamento, o total de consumidores que tiveram problemas com compras na web no período passou de 49%, em 2020, para 53%, neste ano. Em 33% dos casos os problemas não foram resolvidos. As principais queixas foram de atraso na entrega, apontado por 36% dos entrevistados, produtos não recebidos (29%) e produtos danificados, 8%.

Para 67% dos consumidores que pretendem fazer compras, as oportunidades tendem a ser vantajosas, principalmente no que diz respeito aos preços. Quase metade dos entrevistados (48%) pretende aproveitar as oportunidades de descontos, enquanto 43% têm se planejado ao longo do ano para realizar a compra.

A pesquisa realizada pela Boa Vista foi feita por meio de questionário de autopreenchimento, encaminhado por e-mail, entre outubro e novembro de 2021. Contou com a participação de aproximadamente 600 consumidores de todas as classes sociais e regiões do país, inclusive aqueles que buscaram informações e orientações no site Consumidor Positivo da Boa Vista. A margem de erro é de 3%, para mais ou para menos, e o grau de confiança é de 90%.

Queridinhos

Com 54% e 52% da preferência, os eletrodomésticos e os eletrônicos, respectivamente, continuam sendo as categorias mais procuradas na Black Friday. Em 2020, ambas registraram preferência de 47% e 44% dos consumidores, respectivamente. 63% dos entrevistados afirmaram que irão comprar produtos que ainda não possuem, 34% buscarão produtos que irão substituir outros já em uso e 3% pretendem adquirir lançamentos. O parcelado será a opção de 69% dos consumidores para pagamento na Black Friday deste ano, ainda segundo a Boa Vista. Entre eles, 38% utilizarão o cartão de crédito, 25% o cartão de débito e dinheiro e 12% optarão pelo Pix.

Aumento de preços

A pesquisa identificou ainda que 33% não farão compras nesta data. A principal razão está na percepção do aumento dos preços com 27% das menções, contra 16% em 2020 e 12% em 2019. O segundo motivo mais citado foi a desvantagem de comprar na data (21%), seguido por contenção de despesas (17%) e priorização de outras contas da casa (14%).

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