Tribuna no Ar: A imagem das mulheres e o posicionamento digital
Especialistas em marketing e branding destacam a importância do autoconhecimento e da estratégia para construir uma marca pessoal sólida e autêntica no ambiente digital
Durante o mês dedicado às mulheres, o Tribuna no Ar traz assuntos e discussões ligadas ao tema. O episódio dessa semana conta com a participação de especialistas em marketing, branding e consultoria de imagem, discutindo um ponto importante para as empreendedoras: como construir uma imagem autêntica no ambiente digital. O episódio dessa semana foi apresentado pela jornalista e diretora de conteúdo e comunicação, Lucimar Brasil. A conversa abordou desde a importância do autoconhecimento até os desafios da exposição nas redes sociais. O programa contou com a presença de Carolina Lima, jornalista especialista em posicionamento de marca e fundadora do grupo de empreendedorismo “Só Delas”; Carol Neves, especialista em marketing e branding; Quelita Quelir, consultora de imagem, e Mayra Rocha, jornalista e especialista em social media.
Autoconhecimento como base
Carol Neves, especialista em marketing e branding, destacou que o autoconhecimento é fundamental para construir uma marca pessoal autêntica. “A base da nossa marca pessoal é o autoconhecimento. É um processo que tem um quê de terapia, porque a gente tem que primeiro se entender para depois comunicar aquilo”, afirmou. Ela ressaltou que, sem esse entendimento, há o risco de copiar estratégias que não se sustentam no longo prazo. “Se você não se conhece, vai tentar imitar o que está dando certo na internet, mas aquilo não é real para você”, completou.
Quelita Quelir, consultora de imagem com mais de 15 anos de experiência, reforçou a ideia de que o estilo pessoal e o estilo de vida estão interligados. “O estilo de vida está associado ao seu estilo pessoal. Se você tem um estilo de vida prático, isso precisa refletir no seu vestir”, explicou. Ela também destacou a importância de mostrar um pouco da realidade pessoal para criar conexão com o público. “Mostrar um pouco da minha realidade faz com que as clientes se identifiquem comigo. Não é sobre repetir o que todo mundo faz, mas entender o que te representa”, disse.
Exposição nas redes
A jornalista especialista em posicionamento de marca, Carolina Lima, falou sobre a importância dos profissionais que vendem serviço se firmarem enquanto marca pessoal. “A gente quando fala de marca pessoal é muito mais importante porque a gente, como profissional, está ali vendendo nosso serviço, nossa hora de trabalho. É uma tendência”, explicou.
O posicionamento virtual também trouxe a discussão sobre a exposição nas redes sociais. Mayra Rocha, que atua há dez anos no digital, compartilhou sua experiência pessoal, destacando a importância de encontrar um equilíbrio entre mostrar a vida pessoal e manter a privacidade. “Eu mostro um pouco da minha vida, mas não excedo. Acho que tem um limite, e cada profissional precisa encontrar o seu”, afirmou. Ela também ressaltou que a imagem pessoal é parte fundamental do negócio. “Você não vai atender um cliente mal arrumado. A gente vende a nossa imagem, então é importante passar uma imagem que seja autêntica e confortável”, disse.
Carol Neves, especialista em marketing e branding, complementou a discussão, destacando que a exposição deve ser estratégica e planejada. “O que vai me diferenciar de outra pessoa que faz a mesma coisa que eu são os meus aspectos pessoais. A pessoa vai se identificar com o fato de eu ser mulher, mãe ou ter um perfil mais descontraído”, explicou. Ela também alertou para os riscos de se comparar com outros perfis. “Não adianta medir a régua do vizinho. Seu negócio não é só sobre curtidas, mas sobre construir uma conexão real com o seu público”, disse.
Saúde mental e os desafios do ambiente digital
O programa também abordou os impactos negativos das redes sociais na saúde mental, especialmente entre os jovens. Carol Neves destacou que a cultura brasileira tende a ser muito intensa no digital, o que pode gerar ansiedade e comparações excessivas. “O brasileiro é muito emocional e vive intensamente o que vê nas redes. Mas é importante lembrar que aquilo é apenas um fragmento da vida das pessoas”, afirmou. Ela também alertou para os riscos de se comparar com perfis que mostram sucessos instantâneos, os jovens estão muito ansiosos. “Você vê alguém de 18 anos fazendo o primeiro milhão e se sente mal por não estar no mesmo patamar, mas aquilo não reflete a realidade completa”, disse.
Mayra Rocha compartilhou sua experiência como mãe e empreendedora, destacando a importância de encontrar um equilíbrio entre o online e o offline. “Meu filho foi alfabetizado em casa durante a pandemia, e eu precisava lidar com isso enquanto trabalhava. É preciso saber diferenciar o que é real e o que é apenas um fragmento mostrado nas redes”, afirmou. Ela também ressaltou que a comparação excessiva pode ser prejudicial para os empreendedores. “Às vezes você faz um vídeo incrível, mas não recebe muitas curtidas. Isso não significa que você falhou, mas que o algoritmo não favoreceu naquele momento”, disse.
Para as convidadas do Tribuna no Ar dessa semana, no mundo digital, a autenticidade e o autoconhecimento são fundamentais para construir uma marca pessoal sólida. De acordo com as especialistas, para que as empreendedoras consigam se posicionar frente ao mercado, ser autêntica, conhecer seus limites e usar as redes sociais como uma ferramenta estratégica e não como uma régua de medição de sucesso é essencial.