Juiz-foranos ‘enfeitiçam’ as ruas jogando Wizards Unite
Jogo de realidade virtual inspirado em Harry Potter, lançado no fim de semana, leva fãs da saga a diversos pontos da cidade
Novidade no Brasil, o Wizards Unite chegou ao país na noite do último sábado (22) e já reúne jogadores em Juiz de Fora. Inspirado na saga de Harry Potter, da autora JK Rowlling, o jogo é em realidade virtual e permite desenvolver feitiços, poções e duelar ao lado de outros jogadores contra os inimigos. O game é do mesmo criador de Pokémon Go, a empresa Niantic, em parceria com a Warner Bros, e apesar de possuir semelhanças com o game do anime, tem também muitas diferenças.
A turismóloga Mayara Paiva, 29 anos, é fã da saga e acompanhou a chegada dos jogos nos outros países e fez o download assim que lançou no Brasil. Segundo ela, o universo do jogo se passa na atualidade, considerando todo o repertório dos filmes e livros da franquia de Harry Potter, inclusive de “Animais Fantásticos”. “O Ministério da Magia está convocando bruxos do mundo inteiro para ajudar a impedir uma catástrofe em que os trouxas (não-bruxos) descobrem o mundo bruxo. O objetivo é defender o sigilo da magia, salvando lembranças, bruxos, animais fantásticos e objetos que poderiam trazer à tona que o mundo bruxo existe”, explica Mayara, que já superou 11 níveis do jogo.
O game também possibilita montar seu próprio perfil de jogador, com foto personalizada com acessórios do mundo bruxo, podendo escolher também sua casa e sua varinha. Entre as possibilidades de ser auror (defensor contra as artes das trevas), magizoologista (especialista em animais fantásticos) e professora, Mayara decidiu ser a profissão com que se identifica. “Sou professora. Criei o perfil de acordo com o que havia criado no Pottermore (site oficial do mundo bruxo), sou Lufa-lufa, e minha varinha é de ébano, núcleo de pelo de unicórnio, 24,75cm de comprimento e é maleável.”
Além da trilha sonora do filme e do aparecimento de personagens, o ponto alto do jogo é a realidade virtual. Lucas Silveira, professor de inglês, 32 anos, é entusiasta de Pokémon Go desde seu lançamento em 2016 e aderiu ao Wizards Unite atraído pela tecnologia. “A realidade virtual tem a possibilidade de interagir com algo que o videogame em casa não possibilita. Agora podemos ir em uma fortaleza com amigos para batalhar juntos e temos um controle melhor do jogo, já que tenho que fazer as magias controlando com o dedo como se fosse uma varinha. E também a possibilidade de conhecer outros lugares, porque tem que sair de casa para jogar, tem que andar até lá e nisso você conhece lugares que nunca percebeu antes”, comenta o auror, integrante da Grifinória e nível 13 no jogo.
Em Juiz de Fora, marcos da cidade também são pontos importantes no game. No Centro, o Fórum Benjamim Colucci e o Centro de Distribuição dos Correios são fortalezas de batalha, o Centro de Vivência da UFJF é uma estufa para coletar plantas usadas na produção de poções, e o Cine-Theatro Central é uma das muitas estalagens espalhadas pela cidade. “Tem monumentos históricos, igrejas e Correios, por exemplo. Aqui no Parque Halfeld tem muitas estátuas que eu nunca tinha reparado e aqui no jogo eu observo.”
Amizade e cooperação
Para Mayara, não é preciso ter um repertório sobre o universo de Harry Potter, mas a experiência é ainda mais emocionante se estiver por dentro da história. “Quando você sabe a história é empolgante ver um feitiço que já leu e viu no filme. Eu estava jogando com dois amigos e ficávamos superempolgados quando víamos algum personagem, porque para quem vive isso desde os 10 anos de idade esperando lançar o livro e os filmes, é muito legal ver que entende bastante desse universo. E você percebe a dinâmica dos amigos ajudando o Harry a cumprir os objetivos, no jogo você também precisa de cooperação para batalhar, cada um com a sua profissão. Esses valores que foram preservados nos livros, a amizade e a cooperação, também foram levados para o jogo”, comenta.
Com poucos dias do lançamento do jogo no Brasil, em Juiz de Fora já existe um grupo de 60 jogadores que se reúnem no Whatsapp para trocar dicas e experiências de Wizards Unite. “Nessas fortalezas, é melhor batalhar com outras pessoas, então combinamos de batalhar juntos”, comenta Lucas. Por enquanto, o jogo ainda não possibilita o duelo entre jogadores, podendo ter apenas aliados para ajudar no combate contra o computador. Outra expectativa dos jogadores é poder visualizar o animal correspondente ao seu próprio patrono.
Hoje, Lucas joga os games de Pokémon Go e Harry Potter ao mesmo tempo, com o auxílio de uma pulseira de Pokémon Go Plus que o permite capturar criaturas enquanto se diverte com o mundo bruxo. Para ele, Wizards Unite tem chance de ser tão popular quanto o jogo que ainda reúne milhares de pessoas em busca dos personagens do anime. “Gosto muito do Pokémon, mas é um jogo repetitivo, você clica no Pokémon e joga a bola. Muitas pessoas pararam de jogar por isso. Já o Wizards Unite possui uma forma diferente de batalhar e sempre tem feitiços diferentes para desenvolver. Você precisa coletar coisas novas para o Ministério da Magia, e alguns itens só se consegue através de Chaves de Portal, que precisa andar alguns quilômetros para abrir.”