Playlist: Ana Carolina solta o vozeirão para homenagear Cássia Eller
Celebrada turnê ganha primeiro EP com grandes sucessos; Confira, também, os lançamentos de Ale Sater, Carolina Zingler, Caio Luccas e Guilherme Veroneze
Ana Carolina, 50 anos, fez imenso sucesso nos barzinhos de Juiz de Fora antes do hit “Garganta” estourar nacionalmente e a catapultar para o estrelato. Ela acaba de lançar o primeiro EP de seu projeto cantando o repertório de Cássia Eller, “Ana Canta Cássia Ao Vivo – Volume 1”, com os registros ao vivo de sua voz poderosa em”All Star”, “Segundo Sol”, “Relicário”, “Gatas Extraordinárias” e “Malandragem”, já lançada anteriormente.
Ana Canta Cássia é um projeto inteiramente dedicado ao repertório de incontáveis sucessos da inigualável Cássia Eller, revisitados na voz de uma das mais importantes cantoras da MPB, que ainda está viajando o Brasil. “All star” e “Malandragem” ganharam vídeos dos registros ao vivo, gravados em São Paulo e dirigidos por Jorge Farjalla.
“Eu gosto sempre de lembrar o quanto Cássia Eller mudou minha vida e a minha carreira. E, consequentemente, a turnê ‘Ana Canta Cássia’ é um presente que me deixa muito grata. Por isso, decidi eternizar e dividir com meus fãs esse acontecimento tão especial pra mim. Quero, no futuro, olhar para esse momento com muito carinho por viver tudo isso”, diz Ana Carolina.
O show tem cinco atos: “Cartas” (canções que se comunicam em estado de poesia pura); “Palavras” (investiga outros universos das duas cantoras, incluindo a paixão mútua pelo samba); “Sabotagem” (momento da Cássia debochada e cheia de questionamentos sobre o status quo); “Girassol” (delicadeza para a coroar a celebração) e um último bloco cheio de hits de Ana Carolina.
Na gravação, Ana Carolina se apresenta ao lado de uma banda composta por Juliano Valle (teclados, programações, voz), Theo Silva (guitarras e violões), Lancaster Pinto (baixo e voz), Thiago Faria (violoncelo e voz), Cesinha (bateria, cajon, Kokoriko e voz), Leonardo Reis (percussão, cajon, Kokoriko e voz).
Mais lançamentos
“Eu viro bicho”, Carolina Zingler
Vivendo entre o Brasil e Portugal, conhecida por ser criadora da Esquina do Jazz, evento que tem promovido em Lisboa, São Paulo e Florianópolis, a cantora e compositora gaúcha Carolina Zingler lançou, esta semana, seu quinto álbum, “Eu viro bicho”, produzido e mixado por ela e gravado com o conceito de manter a execução musical, com as bases gravadas ao vivo, com percussão e a bateria na mesma sala, violão e voz em outra, e o baixo separado dos dois primeiros núcleos. “Mais linda”, que foi lançada como single, gruda como chiclete. “Acordei, mais linda”, diz a letra desse hino da autoestima. Todas as canções são composições da artista, com exceção de “Meu amor e meu cansaço”, de Jards Macalé, Thomas Harres, Kiko Dinucci e Romulo Fróes, canção-tema de seu relacionamento com sua companheira, Vanessa. “Com garras e dentes, os bichos lutam para preservar aquilo que é importante para eles. Penso que é o nosso lado bicho que luta para manter nossa essência”, explica sobre título e o conceito do volume, que navega por ritmos como groove, rock, ijexá e bossa nova. Destaque para as faixas “Eu viro bicho”, “Orixá” e “Transformando o céu”.
“Tudo tão certo”, Ale Sater
Vocalista e baixista da banda Terno Rei, fenômeno do indie pop, Ale Sater, primo de Almir, lançou seu álbum de estreia solo, “Tudo tão certo”, pela Balaclava Records. O disco traz 11 faixas e foi todo composto, produzido e executado a quatro mãos, as de Ale e as de Gustavo Schirmer, produtor da Terno Rei e da Jovem Dionísio, entre dezembro de 2023 e abril deste ano, em Curitiba. A sonoridade é de folk melancólico, com algumas faixas mais introspectivas, como “Cidade”, “Trégua” e “Girando em Falso”, sem deixar de lado o indie pop mais ensolarado, como em “Quero estar” e “Alguma coisa”. O novo trabalho abre espaço para um som mais pop e versátil, repleto de nostalgia e referências à música alternativa dos anos 1990, como Everything But The Girl, Elliot Smith, Jeff Buckley e Radiohead.
“Apocalipse”, Caio Luccas
Caio Luccas, 21 anos, lançou o disco “Apocalipse” dois antes de sua performance ao lado de Filipe Ret no Palco Sunset, do Rock in Rio, artista dono do selo responsável pelo lançamento, o Nadamal. Filipe é um dos nomes que participa do volume, ao lado de TZ da Coronel, Veigh, Cabelinho, LEALL, Borges, Chefin, Ryan SP, Ryan Pablo, Sxmu10 e jotaverlk, que, além de serem nomes importantes na cena, são amigos do artista. O volume tem ares de diário em suas 17 faixas, e algumas delas, como “Neuroses”, “Tava Pensando”, “Não Sei Como” e “Paranoias”, mostram o apocalipse emocional do artista, ou “a solidão do jovem negro”, como dizem os versos de “Lobo”. Caio Luccas é de Belford Roxo, município da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, e uma das revelações do trap nacional.
“Névoa”, Guilherme Veroneze
O pianista paulista radicado em Juiz de Fora, Guilherme Veroneze, é o músico local com mais ouvintes, hoje, no Spotify, com quase 50 mil ouvintes mensais, o dobro do que o segundo colocado no ranking da cidade. Isso graças ao sucesso do mercado neoclássico de música instrumental, do qual ele é ponta de lança. Esta semana, ele lançou o single “Névoa”, anunciando seu primeiro álbum, “Entremares”, previsto para o fim de novembro. O single emula a paisagem mineira em música contemplativa e poética, uma faixa que vai evoluindo em camadas de melodia, como a bruma dançando nas montanhas. O álbum é inspirado na neblina que paira sobre as montanhas de Minas Gerais durante o inverno. Veroneze tem sua obra influenciada por nomes como Philip Glass, Ludovico Einaudi e Yann Tiersen.