Ator apresenta monólogo sobre fim do mundo em Copacabana
Peça está em cartaz no espaço cultural Sala de Giz apenas neste sábado (6)
O espaço cultural Sala de Giz recebe, neste sábado (06), o espetáculo “Um iceberg em Copacabana”, solo tragicômico com Paulo Japyassú, ator e produtor juiz-forano, radicado no Rio de Janeiro. A peça se passa num futuro distópico, no ano de 2026. O herói, dono da história, tem que sair da casa de uma senhora em Copacabana para ir comprar cigarros. Mas, como vai fazer se virou tudo mar? O que ele terá que enfrentar seria uma mini era do gelo, tão anunciada no Youtube, responsável por congelar o Hemisfério Norte e deixar o Hemisfério Sul no maior calor. Neste clima pós-apocalíptico, o personagem embarca numa viagem por diferentes dimensões do tempo e do espaço, enfrentando situações inesperadas.
Paulo Japyassú conta que esse enredo, do qual é o autor, foi um sonho que teve, há muitos anos, quando morava na Rua Prado Júnior, em Copacabana, quadra da praia. “Acordava sentido frio, chegava na varanda e via um iceberg lá na praia. Mais tarde, outro sonho: a rua onde moro, na Lapa, completamente inundada. Nesse sonho, eu me virava para sobreviver com minha cachorrinha; mas, não conto como fiz agora, para não estragar a surpresa da peça”, diz o ator e autor, sem dar muitas pistas do que o público irá encontrar.
Segundo ele, essas imagens oníricas somaram-se a outros devaneios e temas prediletos, já trabalhados em suas obras de ficção, nas coleções de contos “Uma figueira em Bangu” e “Of things big and small”, ambas publicadas no Kindle Amazon e smashwords.com.
“Por causa dessas histórias de fantasia e ficção científica, fui levado a pesquisar muito no Youtube, que se tornou um segundo lar para mim, com tudo de estapafúrdio e de cientificamente relevante que contém, principalmente em relação aos cataclismos que ameaçam o planeta de quando em quando e às raças extraterrestres que nos visitam desde tempos imemoriais, segundo pesquisadores, tanto sérios quanto irresponsáveis”, destaca Japyassú, acrescentando que todo esse universo se mescla a experiências vividas por ele e estão no texto. “Como uma dramatização da minha autobiografia, procedimento literário bastante presente na ficção e na dramaturgia contemporâneas, dando margem à expressão de utopias com as quais o público, certamente, comungará”, reflete o artista.
Na trilha sonora, referências a Kurt Weil, Sueli Costa, Deep Purple, além de composições próprias. “Entra também nessa composição a enriquecedora experiência artística que vivi ao montar “Dario Fo”, no Teatro Delfim, com supervisão de José Renato, meu eterno mestre, quando estudei e pratiquei a figura do teatranti, apresentada por aquele dramaturgo e ator italiano. Também, em palcos da Prefeitura, com “Êta, menino!”, um solo de natal que compus, com direção de Dulce Penna de Miranda, nutri essa estética do solo tragicômico”, explica Japyassú, sobre o florescimento de “Um iceberg em Copacabana”, que tem a direção de Cecília Terrana e, antes de chegar a Juiz de Fora, já vinha cumprindo temporada no Memorial Municipal Getúlio Vargas, na capital carioca.
Um iceberg em Copacabana
Solo tragicômico com Paulo Japyassú, 6 de julho, às 20h, na Sala de Giz (Rua Mariano Procópio 65 – ao lado do posto de combustível da Avenida dos Andradas). 9 9943-8485. R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia)