Escritores mineiros estão entre os finalistas do Prêmio São Paulo de Literatura 2024

Marcela Dantés e Marcílio França Castro disputam a 18ª edição do prêmio com romances que exploram temas da memória, da obsessão e da história literária


Por Mariana Souza*

04/10/2025 às 10h00

Os escritores mineiros Marcela Dantés e Marcílio França Castro estão entre os finalistas da 18ª edição do Prêmio São Paulo de Literatura, considerado o mais importante do país dedicado ao gênero. Ao todo, foram selecionadas 20 obras, divididas entre as categorias “Melhor Romance do Ano de 2024” e “Melhor Romance de Estreia do Ano de 2024”.

A lista foi divulgada nesta terça-feira (30) pela Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo de São Paulo, responsável pela premiação. Nesta edição, oito estados estão representados na final: São Paulo (8), Rio de Janeiro (4), Pernambuco (2), Minas Gerais (2), Rio Grande do Sul (2), Ceará (1) e Paraná (1).

No total, 323 livros concorreram: 158 na categoria “Melhor Romance do Ano” – em que Marcela foi indicada – e 165 em “Melhor Romance de Estreia”, com Marcílio entre os selecionados. A avaliação ficou a cargo de um júri composto por Antonio Carlos Sartini, Chris Ritchie, Diana Navas, Guilherme Sobota, Marcelo Ariel, Andressa Veronesi, Elaine Cristina Prado dos Santos, Felipe Franco Munhoz, Roberta Ferraz e Rogério Pereira.

Os vencedores serão anunciados em 24 de novembro, em cerimônia na Biblioteca Parque Villa-Lobos, em São Paulo. Cada premiado receberá R$ 200 mil. A escolha final será feita pelo corpo de curadores formado por Janaina Soggia, José Luiz Tahan, Jurandy Valença, Sandra Espilotro e Ubiratan Brasil.

Obras finalistas

Marcela Dantés, autora do romance “Nem sinal de asas” (finalista também do Jabuti), concorre com “Vento vazio” (Na quina da capivara), obra que acompanha quatro personagens atormentados por lembranças, culpas e segredos em uma terra desolada marcada pela ameaça do vento enlouquecedor que dá título ao livro. Com passagens que mesclam realidade e delírio, a narrativa cria um tríptico de vozes que expõe fragilidades humanas diante da solidão, do medo e da obsessão.

Já Marcílio França Castro, vencedor do Prêmio Literário da Fundação Biblioteca Nacional, disputa com “O último dos copistas”. O romance híbrido mescla ensaio e ficção ao recuperar a história de Ângelo Vergécio, copista do século 16 cuja caligrafia inspirou a fonte Garamond. O enredo conecta passado e presente ao acompanhar a amizade entre um revisor e uma ilustradora em uma pequena editora contemporânea, entrelaçando obsessões, cartas e viagens por cidades europeias.

*Estagiária sob supervisão da editora Gracielle Nocelli

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