‘Bonitas e de fácil acesso’: trilha com 5 cachoeiras em Lima Duarte atende diferentes pessoas

Roteiro está localizado a pouco mais de uma hora de Juiz de Fora; trajeto fica próximo a hospedagem


Por Bernardo Marchiori

04/06/2025 às 07h00- Atualizada 04/06/2025 às 15h03

Na parte alta da Serra de Lima Duarte, próximo à vila histórica de São Sebastião do Monte Verde e do Parque Estadual da Serra da Mantiqueira, um roteiro de trilha com cinco cachoeiras proporciona uma experiência para diferentes públicos. A entrada da propriedade fica próxima tanto de Lima Duarte, cerca de 40 minutos, como de Conceição do Ibitipoca, por volta de 1h30. Também é perto de Juiz de Fora – aproximadamente 1h15. Com quedas d’água que superam 50 metros de altura, o trajeto ainda conta com paisagens de Mata Atlântica e outros pontos turísticos.

Na BR-267, entre Lima Duarte e Olaria, uma estrada de terra leva a uma propriedade localizada logo antes do início da trilha. A trajetória a partir da entrada do estabelecimento até a última cachoeira, somada à volta, tem uma distância de aproximadamente 7 quilômetros, dependendo do ritmo do grupo e do dia (em sol e calor pode aumentar), conforme explica o guia de turismo Gabriel Fortes. Ele também destaca que o passeio dura por volta de 3 a 4 horas no deslocamento total, contemplando todas as cachoeiras.

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Foto: Leonardo Costa

“É uma trilha bem interpretativa”, enfatiza. Logo após os últimos chalés do estabelecimento, em 150 metros, o visitante já tem acesso à Cachoeira do Arco-Íris. Além do espaço para curtir e assistir à queda d’água de diferentes ângulos, um caminho até a água funciona, inclusive, como cenário para casamentos. Após uma subida entre árvores de canela e uma trilha que varia entre areia, terra e pedra, o visitante chega à próxima – Cachoeira do Alto – em cerca de 15 a 20 minutos. “É uma das mais altas do roteiro”, explica Gabriel, que passa o trajeto todo dando informações e curiosidades à reportagem da Tribuna. Dentre elas, a imagem do pico do Pão de Angu.

“A partir desse momento, os visitantes acessam a trilha principal novamente e seguem por uma área descampada, que nos permite contemplar o visual do paredão, onde há um pequeno abrigo, uma cavidade natural, gruta também chamada de Água Santa.” Nela, Gabriel indica a localização da Serra das Flores e da Serra Negra da Mantiqueira.

“Saindo da trilha principal, entramos em uma trilha à margem do rio, com predomínio de mata ciliar, e chegamos à Cachoeira do Y – uma das mais bonitas em termos de paisagem – e à da Garganta – uma das melhores para banho”, conta no caminho de subidas e descidas. “Para finalizar, voltando mais uma vez à trilha principal, chegamos ao cume, onde fica a Cachoeira do Pilão.” Para voltar à recepção da propriedade, basta seguir por meio da trilha principal.

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Cachoeira do Arco-Íris (Foto: Leonardo Costa)

‘Atender vários perfis de trilheiros’

Diferentemente de outras trilhas e cachoeiras em Minas Gerais, Gabriel reforça que esta é “de nível médio, apesar das subidas e dos 7 quilômetros de trajeto de ida e volta”. “Ou seja, não é tão difícil. Além disso, as primeiras cachoeiras (do Arco-Íris e do Alto), as mais conhecidas, são bonitas e de fácil acesso.” Enquanto a primeira está a 150 metros da propriedade anterior ao caminho, a segunda está a cerca de 900 metros. Por isso, para as pessoas que não conseguem concluir o roteiro completo, há a oportunidade de visitar duas delas mais próximas.

“Isso permite atender famílias e vários perfis de trilheiros. Desde aqueles que gostam de percorrer distâncias maiores àqueles com dificuldades de mobilidade e acesso. Como é um roteiro possível de ser fracionado, atende a um maior número de pessoas”, enaltece. Da mesma forma, embora seja de nível médio, o roteiro exige um preparo físico pelo alto número de subidas e descidas, que geram uma dificuldade maior. “Também é importante estar acompanhado por um condutor que já conheça o caminho para auxiliar nos momentos mais difíceis do caminho.”

complexo cachoeiras
Foto: Leonardo Costa

Hospedagem e programa

Dono da propriedade, Sebastião Ronaldo de Almeida Alves está no local desde 2000, quando ainda trabalhava com a família, e oferece a programação desde 2010. Seu estabelecimento está localizado a aproximadamente 17 quilômetros de Lima Duarte, que está a pouco mais de 60 quilômetros de Juiz de Fora. “Ofereço um serviço em um complexo com roteiro que inclui cinco cachoeiras, hospedagem em chalés, área de camping e restaurante para atender visitantes. Aqui, cobramos taxa de visita por pessoa, para ajudar a manter a trilha e a limpeza do local. Basicamente, auxiliar a bancar a estrutura”, diz.

A programação funciona aos sábados, domingos e feriados normalmente, assim como em todo o mês de janeiro. Durante a semana, o roteiro acontece mediante agendamento, feito pelo WhatsApp, disponibilizado no Instagram da pousada, que leva o nome da Cachoeira do Arco-Íris. O horário de funcionamento é das 8h às 18h.

O roteiro do Arco-Íris está inserido em um projeto rural denominado Entre Serras. “Além das belezas naturais na serra de Lima Duarte, de Ibitipoca e na Negra da Mantiqueira, ele engloba oportunidades diferentes, como acompanhar produção e deguste de queijos artesanais, conhecer uma propriedade que trabalha com cordeiros, comer em restaurantes que servem comidas autenticamente rurais e mineiras e vivenciar os processos de um apiário, desde a criação de abelhas à produção de itens à base de mel. Você casa a parte cultural, gastronômica, com as belezas naturais da região”, finaliza Gabriel Fortes.

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