Após tempestade, moradores e comerciantes contabilizam prejuízos
O temporal que atingiu Juiz de Fora no último domingo (26) causou estragos em vários pontos da cidade. Em algumas residências e comércios em locais onde a chuva e o granizo foram mais fortes, como em bairros das regiões Norte e Nordeste, a semana começou com muito serviço de limpeza e contabilização dos prejuízos. Antes do relógio decretar meio-dia desta segunda-feira (27), moradores da Rua Stela Paletta de Alencar, no Jardim Natal, na Zona Norte, ainda retiravam inúmeras pedras de gelo do caminho, além de lama e entulho de dentro das casas.
“Chuva forte como essa já estamos acostumados, pois a rua sempre inunda. Mas em julho, com gelo, foi a primeira vez”, comentou a dona de casa Dileia Henriques, 48 anos. Outra vizinha, Maria da Penha de Oliveira, 82, contou que, durante a chuva, chegou a sentir muito medo por conta do barulho que as pedras fizeram nas janelas e portas da casa. “Em 20 anos que moro aqui nunca vi uma coisa dessas. Minha varanda ficou branquinha. Era tanto gelo que não consegui abrir a porta da frente.”
Em toda chuva que cai no bairro, independente da época, a casa da técnica em contabilidade, Maria Aparecida da Silva, 51, é atingida pelas águas. “A chuva invadiu a parte dos fundos, como o quintal, a cozinha e um quarto. Na última enchente, em dezembro do ano passado, perdi vários móveis, nesta, deu tempo de colocar as coisas para cima”. Ela ressalta que sempre que sai de casa se sente insegura, mesmo colocando bloqueios nas portas para evitar que a água entre. “Terei de aumentar a altura deles e começar a colocá-los sempre, não só durante o período chuvoso. Não tem mais jeito de sair de casa e ficar tranquila.”
No Mini Distrito Industrial do Milho Branco, também na região Norte, o proprietário da Pães de Minas, Luiz Arantes, 50, conta que teve mais de R$ 5 mil em prejuízos só com os produtos, que foram atingidos pela água. “Um dos portões da fábrica foi arrancado pela chuva, enquanto um caminhão nosso precisou ser encostado, pois o motor dele ficou completamente alagado”. Conforme Luiz, o trabalho no local começou ainda no domingo e foi até a madrugada de segunda-feira. Além das equipes do Demlurb, os funcionários da empresa também auxiliaram no serviço de limpeza.
O semblante dos lojistas da Rua Diomar Monteiro, área de maior concentração de comércio no Grama, região Nordeste, era o de desolação. “Em dois anos que tenho a loja, esta é a segunda enchente que enfrento. A diferença é que esta aconteceu em julho”, comenta o empresário Rafael Gomes, 29, que além de ter perdido mercadoria, seu carro ainda sofreu outros danos. “Por conta do vento, uma janela caiu sobre meu carro, quebrando o vidro e amassando o capô”. Entre os itens que comercializa – roupas, calçados e artigos de armarinho – e os móveis, que ficaram encharcados, Rafael estima ter tido prejuízo de mais de R$ 10 mil. “A água subiu uns 30 centímetros. Só devo reabrir a loja na próxima semana.”
Já o dono de uma padaria e mercearia, Tiago Borges, 32, não tem previsão de quando irá retomar as atividades em seu estabelecimento. Por dentro, a parte do fundo da loja cedeu e rachou o piso e as paredes. ” Na hora da chuva pensei apenas em arredar os móveis para minimizar os danos, mas, não teve jeito. Só de mercadoria o prejuízo foi de R$ 4 mil, fora o que será gasto com a obra e o que deixará de ser faturado por dia.”