VÍDEO: Bicho-preguiça aparece na UFJF e recebe ajuda de pedestres para atravessar anel viário
Presença crescente de animais silvestres em áreas urbanas reflete a fragmentação dos habitats naturais e a falta de corredores ecológicos, segundo especialista
Um bicho-preguiça apareceu na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) no último domingo (23). O animal foi avistado atravessando o anel viário para chegar a um fragmento de mata às margens do lago do campus. Durante o percurso, ele foi escoltado por pedestres que alertaram aos motoristas a presença do animal da pista.
O animal, de fato, é bastante fofo e chamou a atenção das pessoas que estavam caminhando pelo local. No entanto, essa situação pode sinalizar algo mais sério. Breno Moreira, diretor do Jardim Botânico da UFJF, explica que o aumento de avistamentos de animais, como o bicho-preguiça, em áreas urbanas está diretamente relacionado à fragmentação dos habitats naturais e à falta de corredores ecológicos que conectam as áreas de floresta. A expansão urbana e agrícola tem forçado esses animais a buscar alimentos, segurança e locais para reprodução em terrenos urbanos, que são menos adequados para a sua sobrevivência.
O especialista ainda explica que a ausência de corredores ecológicos dificulta a movimentação entre os fragmentos de floresta, tornando mais difícil para os animais encontrarem parceiros para reprodução. Durante esse período, a busca por parceiros sexuais pode levar os bichos-preguiças a se “aventurarem” em áreas urbanas, expondo eles a perigos como atropelamentos e outras ameaças.
Acione os órgãos responsáveis
Os bichos-preguiças são frequentemente encontrados na região de Juiz de Fora, vivendo em diferentes fragmentos florestais espalhados pelo município. Em situações semelhantes à do último domingo, o ideal é acionar os órgãos responsáveis, como os Bombeiros pelo número 193, a Guarda Municipal pelo 153, a Polícia do Meio Ambiente pelos números 190, 181 ou (32) 3228-9050 ou o Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) pelo número (32) 3233-1269 ou (32) 3215-7662, que farão o recolhimento seguro do animal.
Independentemente do órgão contatado, na maioria das vezes, o animal é encaminhado ao CETAS, onde passa por uma avaliação veterinária para garantir que esteja apto a retornar à natureza de maneira saudável. Após os cuidados necessários, os bichos-preguiças são reintroduzidos em ambientes naturais adequados à sua sobrevivência e reprodução. Segundo Breno, no Jardim Botânico da UFJF, já foram reintroduzidos mais de 20 indivíduos dessa espécie, que agora habitam novamente as matas da região.
*Estagiária sob supervisão da editora Mariana Floriano
Tópicos: bicho-preguiça / ufjf