Funcionários do Hospital de Misericórdia de Santos Dumont cruzam os braços
Atualizada às 19h44
Cerca de 250 funcionários do Hospital de Misericórdia de Santos Dumont iniciaram ontem uma paralisação. Os servidores reivindicam o pagamento de salário de janeiro, que deveria ser quitado no quinto dia útil deste mês, além do acerto do 13º salário de 2015. Com a interrupção dos serviços, setores como higiene e limpeza, enfermagem, lavandeira e funerária atuam em escala mínima. Serviços administrativos, como recepção e faturamento, também estão comprometidos.
Conforme o presidente do Sindicado dos Profissionais de Enfermagem e Serviços de Saúde, Agnaldo Tomé da Rocha, o fechamento da folha de fevereiro, que aconteceria até o dia 20, também estaria comprometido. Ele afirma que a paralisação seguirá por tempo indeterminado, até que os honorários sejam quitados. “Comunicamos à população, ao prefeito, aos provedores do hospital e as outras autoridades competentes. Desta vez, não aceitaremos acordo. Os funcionários só retornarão ao serviço quando forem feitos os dois pagamentos.”
À Tribuna, o provedor do hospital, Salomão Michel, confirmou a dificuldade em quitar os débitos. Segundo ele, para tentar efetuar os pagamentos, a instituição teria solicitado empréstimo de cerca de R$ 1 milhão junto à Caixa Econômica Federal. “Normalmente, o dinheiro é liberado em cerca de dez ou 15 dias. No entanto, estamos aguardando pelo dinheiro desde 8 de janeiro.” Ainda segundo o provedor, os atrasos seriam provenientes do problemas nos repasses municipais, estaduais e federais. “Estamos em contato direto com vereadores, Prefeitura e até mesmo com o Ministério Público. Também pretendemos levar a situação à Gerência Regional de Saúde, em Juiz de Fora”.
Por meio de nota, a Caixa Econômica informou que a liberação do recurso previsto em contrato aguarda autorização do Ministério da Saúde. Até que o imbróglio seja resolvido, o hospital tem realizado somente atendimentos em caráter de urgência e emergência. “Os pacientes classificados com baixo risco estão sendo encaminhados para postos de saúde”, explica o provedor. Este é o segundo atraso no pagamento de salário dos servidores somente em 2016. Em janeiro, os funcionários suspenderam o atendimento pelos mesmos motivos.