Parte da frota volta para as garagens e deixa de circular
Ansal diz que atendeu pedido de profissionais que teriam se sentido ameaçados
Após parte da frota do transporte coletivo urbano voltar a circular pelas ruas de Juiz de Fora, na manhã desta sexta-feira (21), os veículos foram novamente recolhidos pelas empresas, na parte da tarde. À Tribuna, a Auto Nossa Senhora Aparecida (Ansal), empresa responsável por 50% do sistema de transporte coletivo urbano em Juiz de Fora, informou que, diante do movimento iniciado pela manhã, a empresa teria atendido a pedidos de seus profissionais, permitindo que motoristas recolhessem os veículos. Segundo a Ansal, seus profissionais “foram xingados e ameaçados e, diante da intimação, não havia outra alternativa que não retornar à garagem para manter a integridade física de seus colaboradores”. Profissionais vinculados à Ansal, entretanto, pontuaram que a decisão de recolher os veículos partiu da empresa e não “a pedido de seus profissionais”.
Pela manhã, manifestantes tentaram impedir a circulação dos ônibus que haviam saído das garagens, sendo necessária a atuação da Polícia Militar para impedir a obstrução. Eles alegaram não ter apoio do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Juiz de Fora (Sinttro/JF). Os rodoviários grevistas caminharam em ritmo vagaroso, com o intuito de dificultar a circulação do transporte público pelas ruas Centrais. Houve confusão na Avenida Getúlio Vargas, onde parte dos profissionais que estavam em passeata passou a gritar com um motorista que estava conduzindo um coletivo, exigindo que ele abandonasse o veículo.
A Associação Profissional das Empresas de Transporte de Passageiros de Juiz de Fora (Astransp), grupo que representa as empresas Gil, Tusmil e São Francisco, também se manifestou sobre o quarto dia de greve dos rodoviários por nota. “As empresas associadas à Astransp conseguiram colocar 60% da frota em operação na parte da manhã, mas, devido a intimidações de manifestantes contra os funcionários que queriam trabalhar, os carros foram recolhidos pela segurança dos profissionais. No final da tarde, conseguiram retornar, mas apenas com parte da circulação relativa aos 60% da frota, conforme determina a liminar.”
Apesar de os rodoviários que integram o movimento garantir à reportagem que todos os carros foram recolhidos na parte da tarde, a equipe do jornal flagrou duas linhas em circulação pela Avenida Barão do Rio Branco: São Matheus (524) e Dom Bosco/Borboleta (512), ambas operadas pela empresa Tusmil.
Greve pode se estender no fim de semana
Durante a tarde desta sexta, parte dos grevistas permaneceu reunida em frente ao prédio da Câmara Municipal, aguardando o término da reunião entre representantes da categoria, sindicato e empresários no Tribunal Regional do Trabalho, previsto para às 17h. Neste horário, contudo, os rodoviários foram informados de que a reunião se estenderia por falta de acordo entre as partes.
Diante da incerteza da resolução da situação ainda nesta sexta, os rodoviários se dispersaram do local por volta das 17h, mas garantiram que, caso não haja um acordo, continuam com o movimento grevista neste sábado, e deverão se reunir por volta das 7h, novamente, em frente à Câmara Municipal.
À Tribuna, a assessoria do Sinttro informou que, até por volta das 19h30 desta sexta, a categoria e os empresários ainda não haviam chegado a um acordo e que, portanto, a reunião continuava acontecendo.
