Suspeito se apresenta à polícia
Apresentou-se à Polícia Civil, depois de sete dias, o homem de 33 anos que conduzia o veículo Volkswagen UP envolvido no acidente que culminou na morte de Eduardo Afonso da Silva Vieira, 31 anos, e sua esposa, Vanessa Venazoni, 33. Ele negou que estivesse sob efeito de bebida alcoólica e que conduzia na contramão da via. O casal trafegava pela Avenida Brasil em uma motocicleta, quando envolveu-se na trágica batida, próximo ao Tupynambás, no Poço Rico, na madrugada do último sábado. De acordo com a delegada Patrícia Ribeiro, que preside o inquérito, o suspeito apresentou-se, na última quinta-feira, acompanhado de um advogado. Apesar de a Polícia Civil ter representado pela prisão temporária dele, o suspeito foi liberado depois de ser ouvido na delegacia. Como explicou Patrícia, em virtude de sua apresentação espontânea, a Justiça considerou que não havia requisitos para o acautelamento do motorista.
Ainda conforme a policial, durante depoimento, ele informou que estava saindo de uma festa de madrugada, por volta das 2h, e que não teria feito uso de bebida alcoólica, porque toma remédio controlado. “Ele disse que estava com a velocidade compatível com a via, e que a motocicleta teria surgido na frente dele. Ele não afirmou se estava ou não na contramão, porque houve uma mudança recente no trânsito da Avenida Brasil e pode ter se confundido”, afirmou Patrícia, por meio de sua assessoria de comunicação. As investigações prosseguem, e a delegada aguarda o resultado dos laudos periciais. Ela pretende concluir o inquérito, na próxima semana, quando será remetido à Justiça.
Missa
Ainda ontem, familiares e amigos de Eduardo e Vanessa reuniram-se na Igreja São Sebastião, no Centro, para missa de sétimo dia do casal. Emocionada, a cunhada de Vanessa, Priscila de Oliveira, contou que as famílias ainda vivem um pesadelo, já que não conseguem esquecer a tragédia. “Esperamos por justiça. Que haja sensatez por parte das autoridades que vão conduzir o caso. Sabemos que é impossível trazer de volta o Eduardo e a Vanessa, mas esperamos que haja a responsabilização do culpado”, afirmou Priscila. A celebração aconteceu na mesma igreja em que os dois se casaram em novembro do ano passado.
Ela ainda contou que Eduardo e Vanessa namoraram por oito anos até se casarem. Eles levavam a vida de forma positiva e eram bons amigos e bons filhos. O Eduardo era um irmão devotado e pagava a faculdade da irmã, que agora terá que trancar o curso”, ressaltou. O casal estava terminando a construção de uma casa, no Bairro São Pedro, e se preparava para a mudança de endereço, neste mês, começando uma nova etapa da vida. Ainda segundo Priscila, Eduardo, que era técnico em radiologia, assim como a esposa, havia sido aprovado no último concurso do Hospital Universitário e em outro hospital no Rio de Janeiro. “O acidente aconteceu quando ele estava indo deixar a Vanessa no Manoel Honório, de onde seguiria para a rodoviária para pegar o ônibus para o Rio, onde faria plantão. Os dois batalharam muito para construir todos os projetos que sonhavam. Tudo que aconteceu é um pesadelo que ainda temos que acordar”, lamentou.
Perícia já havia apontado colisão frontal
Na quinta-feira, a delegada Patrícia Ribeiro, durante coletiva à imprensa, informou que, preliminarmente, a perícia havia apontado que os veículos envolvidos no acidente colidiram de frente. Segundo ela, o Volkswagen Up teria invadido a contramão e atingido a Yamaha XTZ 250, onde estavam Eduardo e Vanessa. Como apontado na coletiva, o inquérito, segundo os dados preliminares, trabalhava com as hipóteses de que o homem que se apresentou teria ingerido bebida alcoólica e estaria dirigindo em alta velocidade. A delegada divulgou que foram encontrados vestígios de vidro e tampas de garrafa de bebida dentro do veículo. Uma testemunha teria visto o suspeito arremessando alguma coisa para o lado de fora antes de fugir do local. Cacos de vidro também foram achados às margens do rio. Todo o material foi colhido e encaminhado para perícia.
Tragédia
O acidente aconteceu por volta das 3h na Avenida Brasil. Conforme a PM, a moto de Eduardo foi atingida pelo Up. Após a colisão, o motorista do veículo deixou o carro no local e fugiu sem prestar o socorro. A viatura da PM chegou e acionou o Samu, que constatou o óbito do condutor da motocicleta. Apenas quando familiares foram comunicados é que surgiu a notícia de que Vanessa estaria no carona. A suspeita de ela ter sido lançada no Rio Paraibuna foi reforçada após o capacete ter sido achado nas margens. O corpo dela foi encontrado cerca de 60 horas depois, preso a galhos no Paraibuna, na altura da Vila Ideal.