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Policiais civis envolvidos em tiroteio são denunciados por latrocínio

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Crime ocorreu por volta das 16h30 e, logo em seguida, dezenas de viaturas das polícias Militar e Civil tomaram o entorno. Houve congestionamento no trânsito (Foto: Fernando Priamo)

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O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ofereceu denúncia contra os policiais mineiros e paulistas envolvidos no tiroteio no Centro Médico Monte Sinai, na Zona Sul de Juiz de Fora, pelo crime de latrocínio (roubo seguido de morte). O fato, ocorrido em 19 de outubro deste ano, terminou com as mortes do investigador Rodrigo Francisco, 37, conhecido como Chicão, assassinado com cerca de 20 tiros, e do empresário Jerônimo da Silva Leal Júnior, 42, atingido várias vezes na região abdominal. A denúncia foi oferecida no fim da tarde desta terça-feira (18), por volta das 18h15, data limite estabelecida para que o MP se manifestasse.

A partir de agora, o processo sai das mãos do juiz presidente do Tribunal do Júri, Paulo Tristão, porque deixa de se tratar de crime contra vida. O roubo seguido de morte é considerado delito contra o patrimônio e, neste caso, o processo será distribuído para uma das quatro varas criminais. A assessoria da Polícia Civil de Minas não explicou o motivo na mudança de entendimento na tipificação do crime.

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Na última sexta-feira (14), a Corregedoria da Polícia Civil de Minas Gerais já havia indiciado por latrocínio, organização criminosa e lavagem de dinheiro os três policiais civis mineiros presos e mais quatro envolvidos no caso. No dia 12 de novembro, o escrivão Rafael Ramos dos Santos, 30, e os investigadores Leonardo Soares Siqueira, 43, e Marcelo Matolla de Resende, 45, lotados na 1ª Delegacia Regional de Juiz de Fora, foram detidos e encaminhados para a Casa de Custódia da Polícia Civil, em Belo Horizonte, onde continuam acautelados. Nenhum dos nove policiais paulistas identificados no episódio foi responsabilizado, no entendimento da Corregedoria, pelas mortes do agente juiz-forano e do empresário paulista.

Histórico do caso

Na terça-feira passada (11), por decisão do juiz Paulo Tristão, as prisões dos policiais de Minas foram convertidas em preventivas, além de o magistrado ter decretado as prisões preventivas do advogado Jorge William Ponciano Rosa, identificado no local dos fatos em companhia dos civis de Minas; de Nivaldo Fialho Cunha, que seria o condutor do carro onde estavam as malas apreendidas com R$ 14 milhões, em sua maioria de notas falsas; e de Sérgio Paulo Marques Guerra, apontado como comparsa de Antônio Vilela, 66, suposto estelionatário ferido com um tiro no pé e preso em flagrante. Vilela ficou acautelado no Ceresp de Juiz de Fora, mas foi transferido no dia 13 de novembro para o Presídio Inspetor José Martinho Drumond, na região metropolitana de Belo Horizonte, onde permanece preso. Os mandados relacionados à captura dos outros três citados ainda não teriam sido cumpridos. Na última semana, os quatro policiais paulistas tiveram alvará de soltura concedidos e no domingo, os delegados Bruno Martins Magalhães Alves, 30, e Rodrigo Castro Salgado da Costa, 31, e os investigadores Caio Augusto Freitas Ferreira de Lira, 36, e Jorge Alexandre Barbosa de Miranda, 50, deixaram o Complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Contagem.

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Na ocasião, o juiz destacou que “os fatos são de extrema gravidade, havendo prova da materialidade e indícios de autoria dos delitos de homicídios consumados e de organização criminosa”. Ainda segundo ele, “as provas indicam que tanto os policiais civis de São Paulo, quanto os policiais civis de Minas e os demais investigados tinham ciência da negociação de compra de dólares e do risco da operação”

Outros envolvidos

As investigações apontaram também que o carcereiro Leandro Korey Kaetsu, 38; os agentes Cristhian Fernandes Ferreira, 44, e Cezar Raileanu, 47; os investigadores Marcelo Palotti de Almeida, 41, e Eduardo Alberto Modolo Filho, 31, participaram da ação. Eles foram liberados do flagrante, porque não estariam realizando a escolta no momento da negociação, mas também foram indiciados por lavagem de dinheiro. Foram investigados ainda o empresário Roberto Uyvare Júnior, o advogado Mário Garcia Júnior e o empresário paulista Flávio de Souza Guimarães, que revelou ter contratado os serviços de escolta da empresa de segurança de Jerônimo durante a viagem a Juiz de Fora, mas negou ter trazido cerca de R$ 1 milhão de dólares para vender. Os três teriam viajado no mesmo avião e deixado a cidade logo após o tiroteio.

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Em nota enviada anteriormente à Tribuna, o advogado André Martins, responsável pela defesa dos executivos paulistas, reafirmou que eles estiveram na cidade para negociar um contrato de empréstimo “realizado de maneira formal e dentro da lei” e reiterou que não houve negociação com dólares e de que seus clientes foram vítimas de um golpe.

As condutas dos policiais paulistas também estão sendo apuradas pela Corregedoria de São Paulo. Sobre a concessão do habeas corpus em caráter liminar a quatro deles, a medida foi justificada pelo excesso de prazo para oferecimento de denúncia, o que estaria causando constrangimento aos presos.

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