Segundo dia do Rainbow Fest tem discursos polĂticos e irreverĂȘncia
Evento na Praça AntÎnio Carlos é marcado pelo engajamento e pelo tradicional beijo gay
Mesmo com o tempo nublado, o arco-Ăris predominou neste sĂĄbado (18) na Praça AntĂŽnio Carlos, no Centro de Juiz de Fora. O colorido e a animação deram o tom ao segundo dia de programação da 21ÂȘ edição do Rainbow Fest. Neste domingo (19), a partir do meio-dia, a festa recomeça. Oito DJs estarĂŁo encarregados de animar o pĂșblico que for Ă praça para prestigiar o Ășltimo dia do evento.
NĂŁo sĂł a mĂșsica foi destaque no palco Fernanda Muller, nome escolhido para homenagear a produtora juiz-forana morta em 2013. ApĂłs o Hino Nacional, interpretado pela cantora Anna Terra no inĂcio da tarde, os discursos polĂticos deram o tom de engajamento e luta Ă festa, sob os aplausos do pĂșblico presente. “Precisamos ocupar os cargos eletivos, ocupar o Congresso Nacional”, salientou Marco Trajano, organizador do evento, ao destacar a importĂąncia de votar em candidatos que tenham polĂticas pĂșblicas destinadas Ă causa LGBT. ApĂłs as falas, Trajano e seu marido Oswaldo Braga, presidente do Movimento Gay de Minas (MGM), protagonizaram o tradicional beijo e fizeram a contagem regressiva para a abertura oficial do Rainbow Fest.
A emoção tomou conta do pĂșblico presente na Praça AntĂŽnio Carlos quando trĂȘs mulheres subiram ao palco. Integrantes da associação MĂŁes pela Diversidade, movimento nacional que reĂșne pais e mĂŁes de LGBTs, foram incisivas em suas falas. “Quando um filho LGBT sai de casa, tem uma mĂŁe esperando que ele volte”, discursou RosĂąngela Gonzaga, 40 anos, mĂŁe de trĂȘs filhos LGBTs. “Saiam dos armĂĄrios, protejam seus filhos, levantem essa bandeira”, concluiu, ovacionada.
A irreverĂȘncia e a alegria das drag queens
“SĂł num dia, fiz mais de cem fotos”, comemorou Bianca Camargo. Toda de rosa, vestida de noiva, ela chamava a atenção das pessoas, que faziam questĂŁo de registrar o encontro no celular. Em janeiro, começou a preparar sua roupa para o Rainbow Fest. “Esse dia Ă© muito especial. Sou de SĂŁo Paulo e hĂĄ oito anos moro em Juiz de Fora. Todos os anos participo”, frisou.
“Sou feito de luz”. Com essa frase tatuada no peito, Reylla Rawache desfilava seu traje repleto de pedrarias e brilho. Ela e Viviane Walker vieram de MaricĂĄ, no Rio de Janeiro, exclusivamente para participar da festa promovida pelo Movimento Gay de Minas (MGM). “Venho hĂĄ 25 anos, desde quando o Miss Gay era no Sport. Este ano, senti falta da movimentação no CalçadĂŁo da Halfeld”, lamentou Viviane. A mesma opiniĂŁo de LetĂcia Short, de Nova Iguaçu, no Rio. “Eu adoro Juiz de Fora e gostava muito da recepção que a gente tinha no CalçadĂŁo, todo aquele carinho das pessoas. Isso fez muita falta dessa vez. Acho que no ano que vem nĂŁo volto”, observou.
JĂĄ as namoradas Carolina Moraes e JĂ©ssica Nery, ambas de 26 anos, comemoravam a oportunidade de, pela primeira vez, estarem juntas no Rainbow Fest. “A gente se programou para nĂŁo trabalhar neste fim de semana sĂł para estar aqui.”
Atraindo muitos olhares, Salete Campari, uma das fundadoras da Parada Gay de SĂŁo Paulo, tambĂ©m tinha motivos para comemorar. No Ășltimo dia 14, ela recebeu, da CĂąmara Municipal de SĂŁo Paulo, o tĂtulo de CidadĂŁ Paulistana. Foi a primeira vez que aquela casa legislativa concedeu tal reconhecimento a uma drag queen. “Foi muito emocionante”, resumiu Salete.